Setor da aviação quer descolar com o “Passe de Saúde Covid-19”
Começam esta semana os primeiros ensaios de um “passe digital de saúde” que certifica que os passageiros de algumas companhias aéreas não têm Covid-19 . Trata-se de um impulso para reabrir totalmente as viagens internacionais, após quase nove meses de interrupção devido à pandemia.
O projeto, designado por ‘CommonPass’, visa criar a primeira prova globalmente reconhecida de que um passageiro testou negativo para o novo coronavírus antes de um voo, através de um certificado digital descarregado para o telemóvel.
De acordo com o Financial Times (FT), o ‘CommonPass’ não vai realizar os testes e visa estabelecer certificados-padrão para os resultados dos testes à Covid-19 e, eventualmente, no futuro provar que um passageiro foi vacinado contra o vírus.
Os testes são considerados “críticos” para o desenvolvimento de uma alternativa aos requisitos de quarentena e restrições de viagem atualmente em vigor em muitos países.
As companhias aéreas United e a Cathay Pacific Airways vão começar esta quinta-feira a testar este “passe digital de saúde” nas rotas que ligam os centros de viagens, incluindo Londres, Nova Iorque, Hong Kong e Singapura.
O setor da aviação espera que este projeto permita reiniciar as viagens internacionais, paralisadas pela pandemia.
Não existe, atualmente, uma coordenação internacional de testes à Covid-19 nos aeroportos, ou requisitos universais de quarentena – uma lacuna há muito pressionada pelo setor, que pretende uma abordagem internacional conjunta.
O ‘CommonPass’, desenvolvido pelo Fórum Económico Mundial e pela Fundação do Projeto Commons, foi inspirado pela cooperação transfronteiriça entre os membros da Comunidade da África Oriental. Os países trabalharam em conjunto para partilhar resultados de testes para ajudar na deslocação de camiões ao longo das suas fronteiras.
“Proibições e quarentenas podem proporcionar uma proteção a curto prazo, mas tanto as nações desenvolvidas como as nações em desenvolvimento necessitam de uma abordagem a longo prazo”, disse Christoph Wolff, chefe de mobilidade do Fórum Económico Mundial, ao FT.
Os criadores do passe esperam também que o projeto ajude a lidar com o problema da falsificação ou cópia dos resultados dos testes.