Cimeira da biodiversidade: “A humanidade está a travar uma guerra contra a Natureza”, alerta Guterres
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse esta quarta-feira, na cimeira da biodiversidade da ONU, que “a humanidade está a travar uma guerra contra a Natureza”.
Guterres sublinhou, assim, a importância de proteger a biodiversidade para o Acordo de Paris e para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, e alertou para a sua importância no que diz respeito à saúde humana, aos meios de subsistência e às economias.
Segundo o The Guardian, o secretário-geral da ONU sublinhou que há três prioridades para os governos ajudarem a recuperar o mundo natural. Em primeiro lugar, as soluções baseadas na Natureza devem estar em todos os planos de recuperação económica dos governos relativos à covid-19, investindo em florestas, pântanos e oceanos.
Em segundo lugar, a Natureza deve ser incluída na medida da própria riqueza de um país. A biodiversidade deve ser um critério na tomada de decisões financeiras, ajudando os investidores a passar da destruição para a recuperação da Natureza, disse Guterres aos líderes mundiais, na cimeira.
Em terceiro lugar, o mundo tem de acordar objectivos ambiciosos para proteger a biodiversidade através do acordo de Kunming, que será assinado na China no final do próximo ano.
A cimeira da biodiversidade das Nações Unidas está a decorrer pela primeira vez em Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde os líderes mundiais vão discutir a destruição desenfreada do mundo natural.
As conversações surgem quando a comunidade internacional negoceia um conjunto de objectivos de biodiversidade para a próxima década, que a chefe de biodiversidade da ONU, Elizabeth Maruma Mrema, considerou a “última oportunidade da humanidade para restabelecer a relação com a Natureza”.
Na década passada, o mundo não conseguiu cumprir um único objectivo estabelecido em conversações anteriores.
O Presidente da China Xi Jinping, o Presidente do Brasil Jair Bolsonaro, o primeiro-ministro do Reino Unido Boris Johnson, a chanceler alemã Angela Merkel e a primeira-ministra da Nova Zelândia Jacinda Ardern estão entre os mais de cem políticos e líderes mundiais que vão abordar o evento.