Jovens estão a desistir do ‘emprego de sonho’. Pandemia não dá margem para deixar escapar oportunidades

Mais de um terço dos jovens do Reino Unido acredita que tem de desistir da ideia de conseguir o ‘emprego de sonho’ para arranjar e segurar um “qualquer emprego” que surja, como resultado da pandemia, sendo que dois em cada cinco jovens preveem “nunca ter um emprego que realmente gostem”, o que subiu para mais de metade para os que pertencem a contextos mais desfavorecidos.

Estas são as principais conclusões de uma sondagem feita no início deste mês a 2 mil jovens, com idades compreendidas entre os 16 e os 25 anos, no Reino Unido, conduzida pelo Censuswide em nome da instituição de caridade para jovens do Príncipe Carlos, The Prince’s Trust.

O estudo indica ainda que os jovens foram desproporcionadamente afetados pelas consequências económicas da pandemia em termos de desemprego e perturbações na educação ou formação.

No início deste mês, o Gabinete de Estatísticas Nacionais do Reino Unido destacou um grande aumento do desemprego juvenil no segundo trimestre do ano. Entretanto, a Organização Internacional do Trabalho das Nações Unidas informou, no mês passado, que cerca de 42% dos jovens de todo o mundo, que ainda trabalhavam durante a pandemia, tinham perdido rendimentos devido à crise.

Agora, de acordo com o inquérito do The Prince’s Trust, quase três em cada cinco dos jovens inquiridos temiam não arranjar um emprego. Além disso, cerca de dois em cada cinco jovens britânicos acreditavam que os seus objectivos futuros pareciam agora “impossíveis de alcançar”.

Quase dois quintos dos menores de 25 anos pensavam que “nunca teriam sucesso na vida”, o que aumentou para quase metade para os jovens inquiridos provenientes de lares mais pobres.

Outros 36% dos jovens do Reino Unido tinham “perdido a esperança” no geral para o futuro.

A mais curto prazo, 39% dos menores de 25 anos no Reino Unido disseram ter desistido das suas aspirações para o ano seguinte.

Jonathan Townsend, CEO do The Prince’s Trust do Reino Unido, disse à CNBC que as conclusões da sondagem mostraram que a pandemia tinha “feito mais do que perturbar a educação, formação e oportunidades de emprego vitais para os jovens”.

“Corroeu-lhes a confiança no seu futuro, a um ponto em que alguns sentem que nunca serão capazes de ter sucesso na vida”, acrescentou. “É verdadeiramente uma responsabilidade para todos nós assegurar que as probabilidades não fiquem empilhadas contra estes jovens”, disse ainda.

Ler Mais





Comentários
Loading...