Milhares protestam em Barcelona contra decisão do Supremo que impede Quim Torra de governar

Milhares de pessoas protestam, em Barcelona, contra a decisão do Supremo Tribunal Federal que obriga o Presidente da Generalitat de Catalunha, Quim Torra, a abandonar o seu cargo. Os protestos também apelaram à independência da Catalunha. Já há, pelo menos, cinco detidos.

Alguns dos confrontos foram mais violentos e chegaram a envolver a polícia. Foram atiradas cabeças de porco aos agentes e alguns caixotes do lixo foram incendiados.

Cinco pessoas foram inclusivamente detidas por desordem pública, em Barcelona,  durante as manifestações que foram convocadas pelos Comités de Defesa da República (CDR). Tratam-se de grupos activistas criados em 2017 para facilitar o referendo sobre a independência da Catalunha, realizado a 1 de Outubro desse ano, mas depois anulado pelo Tribunal Constitucional espanhol.

A tensão começou durante a noite quando centenas de manifestantes chegaram ao Parque da Ciutadella e arrombaram uma das entradas que dá acesso às portas do Parlamento.

No interior do parque, alguns manifestantes atiraram pedras e materiais de construção contra os Mossos d’Esquadra (polícia regional), enquanto ordenavam, através de um megafone, que parassem de atirar objetos sob pena de a polícia ter de intervir.

Os CDR deixaram o parque sem necessidade de intervenção antimotim da polícia, mas alguns manifestantes dirigiram-se à Ronda de Sant Pere, uma das principais ruas do centro da cidade, barricando a estrada com contentores e incendiando alguns, onde a polícia acabou por intervir.

Já durante o dia, as manifestações foram feitas, principalmente, em frente ao Parlamento catalão.

Esta segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal espanhol confirmou a sentença a um ano e meio de inabilitação imposta ao Presidente regional da Catalunha, Quim Torra.

A sentença é definitiva e obriga-o a deixar o cargo, o que abre uma nova crise institucional na Catalunha. Torra vai continuar a servir formalmente como Presidente até que o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha – o órgão que o julgou e condenou em primeira instância – execute a sentença e quando o Boletim Oficial do Estado tiver publicado a sua desqualificação.

Quim Torra diz que vai recorrer da decisão nos tribunais europeus. Considera que se trata de um “golpe arquitectado pelo Estado”, defendendo que “a única forma de avançar é através do colapso democrático” com vista à independência da Catalunha.

*com Lusa

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