Covid-19: Em que fase estão as quatro principais vacinas candidatas?
Uma vacina contra a covid-19 pode não pôr fim à pandemia, mas os especialistas e peritos de saúde pública dizem que é um passo importante para retomar o regresso à “normalidade”. Actualmente, são quatro as empresas farmacêuticas e de biotecnologia, juntamente com os seus parceiros, que estão a desenvolver vacinas contra a covid-19 já em fase avançada e a “disputar” a sua aprovação no mercado.
De acordo com a Fortune, estas são as fases em que se encontram as quatro candidatas que estão na “corrida”:
1. Pfizer/ BioNTech
A Pfizer tem sido uma das empresas mais “optimistas” no combate à covid-19. A gigante farmacêutica americana tem trabalhado com a empresa de biotecnologia alemã BioNTech para desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus.
Segundo o director exectutivo da Pfizer, Albert Bourla, a empresa continua confiante de que saberá, ainda este Outono, se o tratamento é eficaz. “Penso que, no final de Outubro, teremos uma boa oportunidade de saber se a vacina funciona ou não”, disse Bourla à Fortune no início deste mês.
A Food and Drug Administration, autoridade do medicamento norte-americana, pode considerar uma autorização de utilização de emergência – que difere de uma aprovação total e tem padrões inferiores – dependendo dos dados apresentados. As próximas orientações para tais autorizações podem levantar esse padrão. Uma autorização de emergência da vacina pode potencialmente ser obtida este Outono, mesmo que uma aprovação total não o seja.
Actualmente, a Pfizer pode ser a primeira empresa a saber se a sua vacina contra a covid-19 funciona, de acordo com a Bloomberg. O estudo clínico inclui cerca de 44.000 pessoas.
2. Moderna
A empresa de biotecnologia Moderna provocou alguma agitação no início do Verão com a sua candidata à vacina contra a covid-19, mRNA-1273. A “tecnologia mRNA” redefine literalmente a biologia das células para combater várias doenças.
A vacina da Moderna foi recebida com algum cepticismo, já que nenhum dos seus fármacos, e a tecnologia que os torna possíveis, tem dado frutos até hoje. Mas o desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19 eficaz poderia inverter essa narrativa.
A Moderna iniciou a sua fase 3 de ensaios clínicos em colaboração com os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) e a Biomedical Advanced Research and Development Authority (BARDA) em finais de Julho. A empresa está em vias de inscrever cerca de 30.000 participantes no seu ensaio.
O director executivo, Stephane Bancel, disse à CNBC na semana passada que espera ter dados suficientes para saber se a vacina é ou não eficaz até Novembro.
3. Johnson & Johnson
A vacina que está a ser desenvolvida pela farmacêutica Janssen, da Johnson & Johnson (J&J), entrou na fase 3 dos ensaios esta quarta-feira, de acordo com a empresa.
Embora os resultados iniciais desses ensaios demorem vários meses, o próprio medicamento tem uma diferença fundamental em relação aos seus concorrentes. A vacina da J&J é uma dose única, e não multi-dose como as candidatas da Pfizer e Moderna.
Além disso, o ensaio anunciado esta quarta-feira tem um grande alcance – vai abranger 60.000 participantes em, pelo menos, oito países, incluindo os Estados Unidos, África do Sul e Brasil.
A simplicidade da administração da vacina – uma dose, em vez de duas – durante uma pandemia pode dar mais margem à J&J para chegar primeiro ao mercado.
4. AstraZeneca/ Oxford
A gigante farmacêutica britânica AstraZeneca juntou-se à Universidade de Oxford para desenvolver a própria candidata à vacina contra o novo coronavírus, a AZD1222.
Recentemente, os ensaios clínicos foram suspensos no Reino Unido, depois de um dos voluntários ter desenvolvido um grave efeito secundário.
O director executivo da AstraZeneca, Pascal Soriot, continuou optimista depois da suspensão temporária dos ensaios, já que representa um risco inerente ao desenvolvimento de medicamentos.
A 13 de Setembro, as autoridades de saúde do Reino Unido recomendaram que o estudo fosse retomado. No entanto, o estado dos ensaios na América e em outros países ainda é incerto. Na quarta-feira, o secretário do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA disse que os testes ainda estavam suspensos.