«A nossa casa está a arder». Estudantes apelam às universidades que se tornem neutras em carbono
À medida que milhares de activistas regressam à universidade, aumenta a pressão sobre as universidades para declararem a emergência climática, reduzir as emissões e abandonar os combustíveis fósseis.
Nos Estados Unidos, os incêndios florestais da costa ocidental estão a tornar os céus vermelhos e laranjas, e uma época de furacões está a assolar a costa do Golfo. Perante isto, os estudantes universitários exigem que as suas escolas tomem medidas para enfrentar a crise climática.
Caitlyn Daas é um exemplo deste movimento. A sénior da Universidade Estadual Appalachian e organizadora da Appalachian Climate Action Collaborative (ClimACT) está na linha da frente para tornar a sua escola “neutra em relação ao clima”, como parte de um movimento nacional que tem inspirado centenas de compromissos institucionais para reduzir a pegada de carbono do meio académico.
Os compromissos de neutralidade de carbono exigem tipicamente que as escolas reduzam drasticamente as suas emissões de carbono, readaptando a forma como gerem os campus – desde a electricidade que compram às voos que financiam.
Escolas de todo o país, desde a Universidade de São Francisco até à Universidade Americana em Washington, já atingiram a neutralidade de carbono. Outras instituições académicas, incluindo o sistema da Universidade da Califórnia, tomaram medidas para abandonarem totalmente os combustíveis fósseis.
No entanto, como noticia o The Guardian, muitos jovens sentem-se frustrados com as respostas “fracas” dos administradores, a quem sentem que lhes falta o mesmo sentido de urgência e de dinamismo.
Vários activistas universitários preocupados com a crise climática concentraram grande parte dos seus esforços em dois movimentos populares que “andam de mãos dadas”: alcançar a neutralidade de carbono e despojar os donativos universitários.
Em termos gerais, o termo “neutralidade líquida de carbono” significa que um campus reduz a zero todas as suas emissões de carbono, o que pode ser conseguido através da modificação das operações do campus, muitas vezes com a ajuda de alternativas, tais como certificados de energias renováveis e compensações voluntárias de carbono.
A neutralidade de carbono inscreve-se frequentemente num contexto mais vasto de neutralidade climática, que incorpora também a justiça e outras preocupações.