Câmaras de vigilância chinesas (na ‘lista negra’ dos EUA) estão a ser usadas em escolas britânicas
Câmaras de vigilância feitas pela Hikvision estão a ser utilizadas no Reino Unido, desde centros de lazer a casas-de-banho escolares. A empresa chinesa esteve implicada em graves violações dos direitos humanos e foi incluída na “lista negra” pelo governo dos Estados Unidos.
Embora a utilização das câmaras de vigilância já tivessem soado o alarme no parlamento britânico no ano passado, a utilização das câmaras expandiu-se na sequência da pandemia, apesar das alegações do governo dos EUA de que as câmaras da empresa têm sido utilizadas para monitorizar Uigures e outras minorias muçulmanas, na China, que estão a ser detidas em campos de concentração.
Peritos chineses nos Estados Unidos também apontaram a preocupação entre as agências de inteligência americanas de que as câmaras podem ser utilizadas pelos serviços de inteligência chineses para espionagem ou recolha de dados de indivíduos fora da China.
“A preocupação é: estarão os chineses a ‘extra-territorializar’ o seu estado de vigilância? Poderia argumentar-se que estão, quando outros países estão a utilizar tecnologias como a Hikvision, que usam nos seus próprios cidadãos. Agora podem fazê-lo globalmente”, disse James Lewis, um investigador do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington, citado pelo The Guardian.
A empresa chinesa Hikvision refutou estas preocupações e disse não haver provas de que a vigilância recolhida noutros países, utilizando as suas câmaras, tenha alguma vez sido enviada para Pequim.
Ainda assim, a instalação das câmaras Hikvision sem qualquer declaração formal de preocupação por parte do Reino Unido prova que os governos britânico e norte-americano divergiram nas suas respostas às preocupações sobre a vigilância chinesa e as violações dos direitos humanos.