BioNTech compra laboratório da Novartis para aumentar produção de vacinas na UE
A empresa alemã de biotecnologia BioNTech concordou em comprar uma unidade de produção especializada à gigante farmacêutica suíça Novartis, o que vai permitir entregar mais de 500 milhões de doses adicionais da sua vacina contra a covid-19 no próximo ano.
A unidade de Marburg da Novartis, a cerca de 100 quilómetros da sede da empresa de biotecnologia Mainz, já cumpre as normas europeias de produção, e vai estar operacional na primeira metade de 2021, disse a BioNTech, de acordo com o Financial Times (FT).
A compra, por uma quantia não revelada, dá à BioNTech e ao parceiro americano Pfizer a capacidade de satisfazer todas as encomendas antecipadas da União Europeia (UE) para a sua vacina contra o coronavírus, bem como a exportação para a China.
“Dá-nos uma vantagem de vários meses”, disse o co-fundador da BioNTech, Ugur Sahin, em declarações ao FT. “Esta é uma boa notícia para a Europa, não faz sentido enviar uma vacina dos Estados Unidos”.
Ainda assim, Sahin avisou que a indústria “ainda não tem uma compreensão completa das limitações a jusante” e que a falta das instalações onde um medicamento é formulado e colocado num frasco ou seringa poderia dificultar a distribuição.
A BioNTech e a Pfizer já tinham anunciado que as suas instalações existentes poderiam produzir 1,3 mil milhões de doses em 2021. A vacina das empresas é susceptível de requerer duas doses por pessoa para que a imunização tenha um efeito completo.
A vacina da empresa de biotecnologia alemã é uma das nove candidatas a nível mundial, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), e está a ser testada em 30.000 voluntários em todo o mundo.
A BioNTech espera receber a aprovação regulamentar de emergência das autoridades norte-americanas já em Outubro. A fim de entregar vacinas a partir das suas instalações europeias, a empresa precisaria também da aprovação dos reguladores da UE.
Na semana passada, a BioNTech disse que estava a negociar um contrato para fornecer à União Europeia 200 milhões de doses, com início no final de 2020.