Fumo dos incêndios florestais da costa ocidental dos EUA está a alastrar até à Europa
O fumo dos incêndios florestais na costa ocidental dos Estados Unidos viajou milhares de quilómetros para leste. Além de ter tornado o céu turvo de vários estados americanos, chegou inclusive aos Países Baixos, na Europa.
Três estados americanos, a Califórnia, o Oregon e Washington, têm combatido incêndios florestais que quebram recordes. Mais de 100 incêndios queimaram cerca de 1,8 milhões de hectares nos três estados ao longo do último mês.
A Califórnia está a combater o maior incêndio alguma vez registado na história do estado: o complexo de incêndios de Agosto. Com quase 324 mil hectares, é quase o dobro do tamanho do anterior “recorde” – o incêndio de Mendocino, que queimou 185.750 hectares em 2018.
Agora, o fumo desses incêndios está à deriva por todo o continente americano, tendo alastrado-se até Nova Iorque e Portland, nos Estados Unidos, mas também chegou a ser avistado no Canadá, onde residentes fotografaram um nebuloso nascer do sol cor-de-rosa na manhã desta terça-feira. Algum deste fumo está agora a apanhar “boleia” de uma corrente polar, que corre de oeste para leste a uma média de cerca de 177 quilómetros por hora, fazendo com que as partículas de fumo tenham conseguido viajar até aos Países Baixos, na Europa, a mais de 8047 quilómetros de distância.
O meteorologista Geert Jan van Oldenborgh capturou a tonalidade cinzenta nos céus acima dos Lagos Reeuwijk, nos Países Baixos, a 11 de Setembro e mais tarde confirmou a sua presença através de imagens de satélite, de acordo com o Insider.
À primeira vista, algumas das formações, no céu, parecem apenas simples nuvens, mas tratam-se de formações nebulosas no alto da atmosfera, geradas pelo fumo de milhares de quilómetros de distância.
Os grandes incêndios são mais propensos a propagar ou emitir fumo suficientemente alto para atingir a corrente polar, que o transporta de leste para oeste. Trata-se de um fenómeno agravado pelas alterações climáticas.