Companhias aéreas estão a vender voos sem destino – e as pessoas compram
Em plena pandemia, várias companhias aéreas estão a encontrar formas de se reinventarem para fazerem face à crise económica que o sector enfrenta. Vender voos para lado nenhum, isto é, sem destino, é uma das novas estratégias que começa a ser implementada.
É o caso da companhia aérea Singapore Airlines. Os voos que descolam e aterram do mesmo local – neste caso, do aeroporto Changi, em Singapura – podem começar já no próximo mês, indica a CNBC. Caso seja realizado, não será a primeira companhia na Ásia a realizar um voo sem destino.
De facto, é uma tendência que se está a generalizar com a pandemia. Por um lado, é uma forma das companhias enfrentarem perdas recordes causadas pela covid-19, afirmam os relatórios, ao mesmo tempo que permite as pessoas viajarem e saírem da sua cidade, nem que seja por apenas algumas horas.
A Singapore Airlines, que está classificada entre as melhores do mundo, foi fortemente atingida pela pandemia, uma vez que não opera voos domésticos. Neste sentido, a companhia está a considerar “várias iniciativas” para envolver o público.
“Faremos um anúncio no momento apropriado se avançarmos com estas iniciativas”, disse um porta-voz da Companhia Aérea de Singapura à CNBC.
A All Nippon Airways, do Japão, já vendeu bilhetes para um voo fretado sem destino. Cerca de 300 passageiros pagaram por uma experiência num Airbus SE A380 que normalmente voa de Tokyo para Honolulu, no Havai. A tripulação usou máscaras e camisas havaianas e serviu cocktails durante a viagem de 90 minutos.
Também a taiwanesa Eva Air lançou um voo panorâmico no mês passado num dos seus jactos Hello Kitty. Partindo e aterrando no aeroporto internacional de Taoyuan, o voo de 2 horas e 45 minutos viajou a uma altitude de 20.000 a 25.000 pés para dar aos passageiros uma visão mais próxima das ilhas Ryukyu de Taiwan e do Japão.
Da mesma forma, a Royal Brunei Airlines lançou um voo sem destino, em Agosto. A companhia efectuou uma viagem turística de 85 minutos “Dine & Fly” ao longo da costa do Brunei e do Bornéu malaio, no sudeste asiático. O voo, que incluiu brunch e comentários de pilotos, esgotou em 48 horas, e centenas registaram interesse em voos futuros.
De vegetais frescos a amendoins e pijamas. Companhias aéreas reinventam-se para vencer na pandemia