Ninguém fica para trás. Moderna atrasa ensaios da vacina contra a Covid-19 para incluir minorias
A empresa de biotecnologia americana Moderna está a atrasar ligeiramente as inscrições no seu grande ensaio clínico da vacina contra a Covid-19 para garantir que tem representação suficiente das minorias mais ameaçadas pela doença, informou o CEO da Moderna, Stephane Bancel, esta sexta-feira.
O ensaio foi concebido para inscrever cerca de 30.000 pessoas, nos Estados Unidos, para provar a segurança e eficácia da vacina. Até 28 de Agosto, já estavam inscritas pelo menos 17.458 pessoas, 24% das quais são de comunidades de cor.
A inscrição nos testes clínicos de idosos, comunidades étnicas e pessoas com condições de saúde subjacentes é uma prioridade, dado que estão em maior risco de contrair a doença, de acordo com a empresa farmacêutica.
Segundo peritos em saúde pública, a inclusão de diferentes faixas etárias e grupos raciais é importante para garantir a eficácia das vacinas em toda a população e para criar confiança entre todas as comunidades, no momento em que a vacina estiver disponível.
Os dados da Moderna mostram que dois terços (66%) dos inscritos no estudo são brancos, 20% são hispânicos ou latinos e 7% são negros.
“Acreditamos que poderíamos ter uma das melhores vacinas”, disse à CNBC o CEO do Moderna, Stephane Bancel. “Queremos garantir que temos dados para todas as pessoas que poderão beneficiar e ser protegidas”.
Bancel disse ainda que o objectivo da empresa é que a inscrição se alinhe com os números do departamento de Censos (Census Bureau) dos Estados Unidos. Em 2019, este departamento estimou que 18,5% das pessoas nos EUA são hispânicas ou latinas, e 13,4% são negras ou afro-americanas.
A Moderna iniciou o seu ensaio clínico a 27 de Julho, no mesmo dia que o gigante farmacêutico Pfizer. As acções subiram 211% desde o início do ano, de acordo com a CNBC.