Pandemia castiga gigantes do G20. Brasil, Índia e África do Sul enfrentam as mais duras recuperações económicas

O Brasil, a Índia e a África do Sul enfrentam as recuperações mais difíceis de todas as principais economias do grupo financeiro G20, segundo apurou um novo estudo com base no “Índice de Capacidade de Recuperação” elaborado pela Verisk Maplecroft, citado pela ‘CNBC’.

Recorde-se que, segundo as previsões do FMI, estes três países, que cumulativamente representam mais de 10% do PIB (produto interno bruto) mundial e 20% da população mundial, deverão registar contracções do PIB de 7%, em média, em 2020.

Acresce ainda que o Brasil, a Índia e a África do Sul têm, respectivamente, o segundo, terceiro e quinto maior número de casos de Covid-19 em todo o mundo.

O Índice de Capacidade de Recuperação de Verisk Maplecroft também identificou questões de governação subjacentes e instituições mais fracas como impedimentos à emergência, a longo prazo, da crise.

Ao analisar mais de uma dúzia de factores que sustentam ou prejudicam a recuperação de uma crise, o estudo aponta que as nações da Europa Ocidental e do G-20 da Ásia Oriental, que sofreram o pior impacto inicial da pandemia, têm agora os alicerces para se recuperarem e pontuaram, em média, 40% mais em todo o índice do que os seus homólogos dos mercados emergentes.

Factores diferenciadores

Fraquezas institucionais, nomeadamente níveis mais elevados de corrupção, foram identificados como os factores-chave que separam os membros mais pobres do G-20 dos seus homólogos mais prósperos.

Neste sentido, os três países em causa são os que estão em maior risco de corrupção e potencial agitação civil.

A África do Sul, a Índia e o Brasil apresentam um “alto risco de corrupção no nosso conjunto de dados, com a Rússia, o México e a Indonésia a cair na categoria de risco extremo ou próximo dela”, referiu no relatório o Analista de Risco do Sector Financeiro Principal da Verisk Maplecroft, David Wille, citado pela ‘CNBC’.

A “sensibilidade da população” também reduz a capacidade de um país para lidar com choques, e o Brasil, a Índia e a África do Sul estavam entre os países com menor desempenho, combinando níveis mais elevados de pobreza com menor “capital humano”, indica o relatório.

A “conectividade” foi também destacada como um pilar importante para a recuperação, com a Índia a apresentar um “alto risco”. A medida segue o distanciamento físico entre as populações e a infra-estrutura digital que conduz a uma retoma da actividade comercial. África do Sul, China, México e Brasil foram todos classificados como de “risco médio” neste critério.

Foram também contabilizados outros desafios naturais ou provocados pelo homem, enfrentados por determinadas nações, a par de considerações económicas e pandémicas. No caso do Brasil, Índia e África do Sul, os analistas da Verisk afirmaram que a perturbação causada pelos distúrbios civis representa o maior factor de risco composto.

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