Possível segunda vaga de covid-19 mergulha Itália numa “encruzilhada”: manter ou aliviar o confinamento?
No último sábado, Itália registou 629 novos casos de covid-19 em 24 horas. O aumento consecutivo de casos que o país tem registado não era visto desde Maio, altura em que Itália emergiu cautelosamente de um dos confinamentos mais longos a nível mundial, após mais de 30 mil mortes por covid-19.
O rápido aumento das infecções põe em risco os progressos feitos pelo país até agora e pode ainda levar a que a que as escolas continuem encerradas em Setembro.
No domingo, o governo italiano ordenou o encerramento de discotecas e tornou as máscaras obrigatórias ao ar livre em áreas específicas durante a noite.
“Não podemos anular os sacrifícios feitos nos meses passados”, disse o ministro da Saúde, Roberto Speranza, citado pelo ‘The Guardian’.
A ideia de uma segunda vaga em Itália começa a surgir, o que levanta algumas questões sobre a flexibilização do confinamento.
Walter Ricciardi, um conselheiro superior do Ministério da Saúde italiano sobre o surto, disse ao ‘The Guardian’ que a Itália se encontrava “neste momento numa encruzilhada. Se não aplicarmos medidas de contenção e os números continuarem a aumentar, serão necessários confinamentos localizados”, alertou.
Na primeira vaga da pandemia, em Itália, registaram-se cerca de 250 mil infecções, atingindo um pico de cerca de 6.000 casos por dia em Março.
Nos últimos meses, o rastreio dos contactos e o cumprimento das medidas de segurança tinham ajudado a Itália a alcançar uma taxa estável, e baixa, de novas infecções. No entanto, os novos casos têm aumentado ultimamente.
Desde o início da pandemia, Itália registou 254.636 infecções e 35.405 mortes por covid-19, segundo dados da universidade norte-americana Johns Hopkins.