OCDE: Empresas portuguesas não estão interessadas em entrar na bolsa

Mais de 250 empresas não listadas questionadas pela OCDE afirmam não ter como objetivo dispersar o capital em bolsa, mantendo antes o controlo, e apontam a baixa liquidez no mercado como a principal razão da retirada.

Nos últimos 20 anos, a bolsa portuguesa perdeu mais de dois terços dos emitentes, passando o mercado acionista nacional de cotadas de 148 empresas listadas para 55, destaca um inquérito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) a 270 empresas, realizado no âmbito de um projeto dinamizado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e hoje divulgado.

As respostas das empresas que saíram da bolsa revela que a maioria das retiradas foi “voluntária”, resultando de uma operação de fusão ou aquisição ou de uma resolução tomada em assembleia geral de acionistas.

A insolvência, a liquidação e o incumprimento dos requisitos regulamentares não aparecem no estudo como razões importantes para as empresas retirarem as ações do mercado português.

Dez de 14 empresas mencionaram a baixa liquidez de mercado das ações como um ‘fator importante’ da retirada, e em todas as empresas excluídas por resolução dos acionistas, exceto uma, a baixa liquidez foi mencionada como uma ‘razão significativa’ na decisão de retirar a cotação.

O segundo motivo mais importante que mencionaram para a saída do mercado foi o interesse e reconhecimento insuficientes dos investidores.

“Diferentemente da tendência geral nos países da OCDE, a maioria das listagens portuguesas ocorreu antes de 2008. Além disso, com exceção de 2008 e 2015, as listagens líquidas são negativas todos os anos desde 2000”, lê-se no estudo da OCDE.

As empresas excluídas que responderam ao inquérito da OCDE sobre ‘Acesso ao Financiamento em Portugal’ indicaram que a principal razão para a sua decisão inicial de se tornar uma empresa listada era diversificar as fontes de financiamento, sendo também outro motivo importante a redução do custo de capital.

Brisa, BES ou Portugal Telecom são algumas das saídas de bolsa antes da crise financeira de 2008.

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