Stress financeiro em Portugal e zona euro dispara mas ainda está abaixo da última recessão
“A pandemia da covid-19 está a provocar uma contração sem precedentes da atividade económica a nível global e tem-se refletido num aumento das tensões nos mercados financeiros”, alerta a análise “Economia numa Imagem”, divulgada pelo Banco de Portugal, esta sexta-feira.
Com base nos estudos “Indicador compósito de stress financeiro para Portugal” e “CISS – A Composite Indicator of Systemic Stress in the Financial System”, é possível apontar que a turbulência nos mercados financeiros pode amplificar os impactos da crise pandémica, através do aumento da incerteza, de reduções no valor das carteiras de ativos das famílias, empresas e instituições de crédito e do aumento dos custos de financiamento, reforçando os efeitos recessivos sobre a economia.
Neste contexto, desde o início de março de 2020, os principais bancos centrais têm vindo a adotar um vasto conjunto de medidas de modo a garantir uma ampla provisão de liquidez e o adequado funcionamento do mecanismo de transmissão da política monetária, contribuindo assim para a estabilização dos mercados financeiros internacionais.
Estas intervenções, de magnitude também sem precedentes, contiveram o aumento do grau de aversão ao risco e a volatilidade nos mercados financeiros internacionais.
“Assim, os indicadores compósitos de stress financeiro em Portugal e na área do euro, embora tenham aumentado significativamente desde o final de fevereiro, permaneceram abaixo dos máximos observados durante a crise financeira internacional e a crise das dívidas soberanas na área do euro”, detalha o regulador, em comunicado.