Que setores económicos podem beneficiar com a crise do coronavírus?
Tecnologia, saúde e produtos sustentáveis serão os setores em melhor posição não só para gerar as melhores oportunidades de investimento, a médio prazo, podendo mesmo vir a crescer significativamente ao sabor das novas exigências trazidas pela pandemia mundial do novo coronavírus.
Para os analistas da gestora de fundos internacional Candriam, a crise do coronavírus reconfigurará permanentemente a sociedade e a economia, com implicações a médio prazo para os investimentos.
Tecnologia
O coronavírus vai provocar muitas mudanças no uso da tecnologia. Para já, muitos trabalhadores já estão a tentar manter níveis de produção na sua atvidade através de teletrabalho, e-learning ou telemedicina. A realidade virtual aumentará de importância às custas de reuniões e viagens físicas que já não podem acontecer. Todos estes desenvolvimentos significam mercados crescentes para conexões de banda larga, semicondutores e órgãos de comunicação social. Porém, o mesmo acontecerá no crescimento do ciber-crime. Haverá ainda um aumento no uso de Big Data, Inteligência Artificial e geo-localização, já muito usados em alguns países para controlar a propagação do vírus.
Entre as empresas que se destacam em seus respectivos setores estão a ASML e TSMC (semicondutores); Sistema Dassault, Microsoft e Via (on-line vs. presencial); Qualcomm e Silicon Labs (conectividade); Nvidia (Inteligência Artificial) e Facebook (serviços de comunicação).
Cuidados de saúde
Podem esperar-se maiores investimentos dos governos em cuidados de saúde. A Candriam estima que a “nova normalidade” traga um maior apoio às equipas de biotecnologia e saúde, mas também à existência de maiores grupos farmacêuticos (e mais diversificados).
Empresas como a Regeneron (biotecnologia) se destacam nesses setores: Carl Zeiss, Siemens Healthineers e Tecan (assistência médica e automação); e CHR Hansen, DSM e Kerry (nutrição para a saúde).
Sustentabilidade e meio ambiente
Para a Candriam, existem razões de peso para investir em empresas bem cotadas em ESG (Meio Ambiente, Social e ‘Governance’). As empresas com uma boa pontuação ESG tendem a ter uma dívida menor, um importante fator positivo na atual crise financeira. E ainda beneficiam dos objetivos atuais ou propostos pelos governos, especialmente a União Europeia: eficiência energética, recursos e resíduos e energia renovável.
Entre as empresas que se destacam estão, neste caso, a Kingspan, Schneider Electric e Spirax Sarco (eficiência energética); Halma, Rational, Tomra e Umicore (recursos e resíduos) e Iberdrola e Vestas (energia renovável).