BofA não quer deixar ninguém para trás. Apoio aos três setores mais afetados nos mercados não está descartado

O Bank of America (BofA) anunciou, esta sexta-feira, que reitera a sua recomendação de ‘sobreponderar’ o investimento em três setores cíclicos que ficaram para trás no mercado de ações: banca, aviação e petrolíferas. O banco acredita que a recuperação económica virá e acabará por se refletir nos seus preços.

Em março, aquando do colapso dos mercados, os analistas do BofA incentivaram o investimento com uma mensagem forte: aproxima-se uma oportunidade única de compra na Bolsa de Valores Europeia.

O tempo mais do que validou essa previsão e a tese do banco permanece inalterada. A melhoria da atividade económica (refletida nos índices PMI) deve ser transferida para as ações europeias.

Tomando como referência a crise financeira, o banco previu em março um retorno do PMI composto da área do euro a 50 pontos (nível que separa a contração do crescimento) para agosto, e concedeu até 40% de potencial de reavaliação ao renda variavel. O fim da contração avançou para julho, de acordo com os últimos dados publicados, e o índice pan-europeu Stoxx 600 valorizou 35% em relação às mínimas de março.

Apesar da força desse aumento, o BofA antevê uma corrida mais otimista. E espera novas melhorias no índice PMI em setembro, no nível de 58 pontos. Esta reativação económica adicional, afirma, poderá refletir-se em aumentos adicionais de 15% no Stoxx 600, até os 420 pontos estimados para o mês de novembro.

Para maximizar a recuperação económica esperada, o banco redobrou o seu compromisso com os setores cíclicos. A empresa lembra que, desde as baixas de março, os setores cíclicos melhoraram 21% em relação aos defensivos e abre caminho para uma nova melhora de 10% até novembro.

Bancos

No final de maio, destacou que os bancos europeus tinham um caminho claro para ter uma evolução mais favorável do que o mercado pela primeira vez desde 2017. Desde o início de junho, no entanto, os bancos europeus “perderam” 11% em relação ao mercado como um todo. A empresa norte-americana atribui parte desse freio aos efeitos da suspensão do dividendo imposta ao setor e aponta, nesse sentido, para a expectativa de recuperação do dividendo para o próximo ano.

Companhias aéreas

Os surtos de coronavírus e as quarentenas impostas puseram fim às tentativas de regresso das companhias aéreas europeias. Desde o início de junho, o setor está 30% abaixo do mercado como um todo. A drástica queda do tráfego aéreo em consequência da crise tem negligenciado o estímulo à redução dos custos do petróleo, factor que aliado à esperada recuperação económica dá um potencial de alta de até 40% para dezembro, segundo o BofA.

Petrolíferas

Os analistas do Bank of America destacam dois pontos sobre o setor de petróleo na Europa. A primeira, que nos últimos tempos moderaram o seu ‘paralelismo’ com a evolução do preço do petróleo. E a segunda, que devido ao peso das petrolíferas cotadas na Bolsa de Valores de Londres, a evolução da libra esterlina surge como um factor determinante no seu comportamento na bolsa.

Sobre esses dois pontos, a empresa prevê uma recuperação progressiva da demanda por petróleo nos Estados Unidos que sustentará a cotação do petróleo e projeta uma correção de 5% na cotação da libra frente ao dólar nos próximos seis meses.

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