A Flórida (EUA) lançou um projeto inovador que une arte, ecologia e automóveis para proteger os ecossistemas marinhos. A partir desta segunda-feira, 22 esculturas de carros moldadas em betão marinho serão submersas em alto-mar, criando um impressionante “tampão” subaquático destinado a promover o crescimento de corais e servir de refúgio para a vida marinha.
O projeto faz parte da reserva natural The ReefLine, localizada na Flórida, Estados Unidos. A iniciativa transforma o fundo do mar numa “tela viva”, onde arte e natureza evoluem juntas. Os 22 carros submersos oferecem uma estrutura sustentável para o desenvolvimento de corais, funcionando como uma cápsula do tempo que visa preservar o ecossistema marinho, frequentemente ameaçado pela ação humana e pelas alterações climáticas.
Segundo o The ReefLine, a proposta integra uma ativação artística ambiental, o Blue Arts Award, com obras de diferentes artistas contemporâneos. A exposição será visível gratuitamente a partir desta segunda-feira, permitindo que mergulhadores explorem o recife com máscara e snorkel.
Carros como refúgio marinho
As esculturas, posicionadas a cerca de seis metros de profundidade e a 11 quilómetros da costa de Miami Beach, foram projetadas pelo artista contemporâneo Leandro Erlich, no âmbito do projeto Concrete Coral. Moldadas em blocos de betão marinho a partir de impressões 3D, as obras simulam um engarrafamento subaquático, transformando veículos em estruturas que favorecem o crescimento de corais e criam um verdadeiro santuário para a fauna local.
Cada escultura pesa cerca de 13 toneladas e recebe cem corais vivos fixados com um sistema patenteado, acelerando a formação do recife. O The ReefLine destaca o efeito estético e simbólico do conjunto, que combina design automotivo e conservação ambiental de forma inédita.
Além dos carros, o projeto inclui esculturas adicionais, como uma reprodução do coração de uma baleia azul, descrita pelo The ReefLine como “uma oferenda simbólica ao deus grego dos oceanos e um presente cuidadosamente elaborado para as criaturas que o habitam”. A obra reforça a ligação entre arte, ecologia e responsabilidade ambiental, transformando o fundo do oceano numa galeria viva.














