Recuperar funções após um AVC com terapias
O acidente vascular cerebral ocorre quando há falha de irrigação sanguínea ou hemorragia numa zona do cérebro. Quando ficam marcas, as mais comuns são os distúrbios da função motora (50 a 80% dos casos), que incluem, por exemplo, fraqueza dos membros de um lado do corpo, problemas de postura e dificuldade em andar. A capacidade de raciocínio, a memória e a linguagem também podem ser afetadas.
A reabilitação, em geral, começa durante o internamento. O primeiro passo pode ser, por exemplo, o doente mudar de posição com frequência enquanto está deitado. Após a alta, os pacientes com AVC ligeiro devem ser encaminhados, de preferência, para tratamentos em ambulatório, no hospital ou num centro de reabilitação, na área de residência, segundo a Direção-Geral da Saúde (norma de 2011). Se tiver mais de 75 anos e sofreu um AVC moderado, ou mais de 55 anos e a situação foi grave, a indicação é de internamento em unidades de cuidados continuados integrados de média duração e reabilitação ou em unidades de convalescença de AVC.
Quando estão em hospitais públicos, os doentes são, geralmente, encaminhados para a rede de cuidados continuados pelos próprios serviços hospitalares. Em caso de dúvidas, contacte os profissionais de saúde que o acompanham ou peça para falar com a equipa de gestão de altas. Se o paciente estiver em casa, num hospital privado ou noutra instituição, o processo terá de seguir via cuidados de saúde primários, através do médico de família, do enfermeiro ou do assistente social.
Todos os pacientes com necessidade de reabilitação têm direito a tratamento na rede, sendo os próprios ou os familiares a elencar, por ordem de preferência, os locais pretendidos. O valor a pagar, calculado pela equipa que encaminha o doente, varia de acordo com os rendimentos do agregado familiar. Nas unidades de média duração, quem não tem direito a nenhuma comparticipação da Segurança Social paga 20,49 euros por dia.
De acordo como o Relatório Anual “Acesso a Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do SNS e Entidades Convencionadas 2018”, para entrar numa unidade de convalescença, o mais comum foi esperar entre 10 dias, nas regiões Norte e Centro, e 28 dias, no Alentejo, Lisboa e Vale do Tejo; para as unidades de média duração e reabilitação, a espera variou entre 22 dias, no Algarve, e 55 dias, em Lisboa e Vale do Tejo.
Segundo a Administração Regional de Saúde da última região, “não é possível prever o tempo de espera para a alocação de vaga”. Apesar de a lei fixar um período máximo de permanência nas unidades, “existem situações clínicas/sociais que poderão propiciar um tempo de internamento mais prolongado”. Aquela entidade acrescenta ainda que o período de espera “está condicionado pelo género (feminino/masculino) disponível nas Unidades Preferenciais selecionadas pelo utente ou pela família”.
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