O caminho da sustentabilidade é um exercício diário do Super Bock Group, que respeita o seu legado e abraça um compromisso com o presente e o futuro.
É, nesta medida, que a maior cervejeira portuguesa acompanha os compromissos comunitários para evitar os impactos mais graves das alterações climáticas e tem vindo a alinhar a sua estratégia, nomeadamente com os objectivos do Pacto Ecológico Europeu e a Agenda 2030 das Nações Unidas. São definidos projectos específicos para atingir metas ambiciosas, nomeadamente a descarbonização da sua operação.
A estratégia do Super Bock Group está focada em quatro grandes bandeiras – “Mais Consumo Responsável”, “Mais Pessoas e Comunidade”, “Menos Água” e “Menos Carbono” –, que suportam as várias áreas do negócio tendo em vista a redução dos impactos negativos, procurando não causar dano e almejando gerar impactos positivos.
Os progressos alcançados são apresentados anualmente nos seus relatórios de sustentabilidade. Nos últimos dois anos, 2023 e 2024, o Grupo, de forma voluntária, tem apresentado o seu relato de acordo com a nova Directiva Europeia de Relato de Sustentabilidade Corporativa, que exige que as empresas comuniquem informações fiáveis sobre o seu desempenho ambiental, social e de governance (ESG).
Necessariamente, o Super Bock Group tem de conhecer bem toda a sua cadeia de valor e os seus impactos, no que toca à sua pegada ambiental, o que é fundamental para implementar os projectos e antecipar os requisitos legais. O objectivo é atingir, até 2030, a neutralidade nas suas fábricas (âmbitos 1 e 2), fazendo uso das energias verdes e investimento em tecnologia que permitem ainda maior eficiência, mas também através de projectos próprios de restauro ecológico onde se pretende também promover a biodiversidade.
O caminho continuará, até 2050, com o foco na redução das emissões provenientes de toda a cadeia de valor (âmbito 3), tendo o Super Bock Group já aderido à Science Based Targets initiative (SBTi) e assumido o compromisso de submeter metas de redução de emissões de curto prazo (near-term targets), alinhadas com a ciência climática.
Recorde-se que a fábrica em Leça do Balio, onde se situa a sede do Grupo, é já considerada best in class nos domínios da eficiência energética, de qualidade e serviço, fruto do projecto de investimento concluído em 2015. Também o Centro de Produção em Pedras Salgadas está, actualmente, a ser dotado de ainda melhores condições de produtividade e eficiência, fazendo uso de tecnologia de ponta, por forma a acelerar a otimização de recursos e a manter os altos níveis de satisfação dos seus clientes.
O ROTEIRO DE DESCARBONIZAÇÃO E A SUA VERTENTE AMBIENTAL
O Grupo tem em curso, desde 2022, o seu Roteiro de Descarbonização, que também inclui duas grandes acções de restauro ecológico e promoção da biodiversidade, num investimento que ultrapassa 80 milhões de euros e se prevê que esteja concluído até ao final desta década e que assenta na:
- Substituição de energia eléctrica (de origem fóssil) por energia fotovoltaica;
- Alteração da forma de produção de energia térmica;
- Aposta da digitalização e investimentos SmartPlant.
É um programa ambicioso que está a mobilizar as equipas e permite encontrar os recursos e as soluções inovadoras necessárias para transformar o Super Bock Group numa empresa cada vez mais eficiente, competitiva e de dimensão internacional, que tem particular foco nos consumos de energia e água, e quer ser activa na preservação do capital natural.
Merecem destaque três projectos na vertente mais ambiental que o Grupo está a implementar no âmbito deste Roteiro de Descarbonização. O primeiro refere-se ao que está a ser desenvolvido em parceria com o Grupo Greenvolt, através do qual o Grupo está a incentivar a instalação de painéis solares fotovoltaicos em cinco das suas unidades, que vão produzir energia para autoconsumo e criar algumas Comunidades de Energia. Prevê chegar a mais de 8.000 MWh de capacidade instalada, o que evitará a emissão de 3.000 toneladas de CO2/anos e a partilha do seu excedente energético com mais de 1.500 famílias num raio de 4 kms, após a conclusão deste investimento. Neste momento, já existe uma comunidade activa e a partilhar energia em Castelo de Vide e Ladeira de Envendos.
Os outros dois projectos são igualmente únicos nas suas características e decorrem em terrenos do Grupo, sendo um contíguo ao Pedras Salgadas Spa & Nature Park (terreno do Carrasco) e outro junto à sede do Grupo em Leça do Balio (quinta da Sabina), contando o Super Bock Group com o apoio de várias entidades para sua implementação, nomeadamente, a Negrilho Consulting, consultora em ambiente, sustentabilidade, agroecologia, bioeconomia e responsabilidade social. São projectos centrados no restauro ecológico e promoção da biodiversidade, tendo associada uma forte componente de manutenção de recursos hídricos, embora os seus contributos se verifiquem do ponto vista ambiental, social e económico.
O projeto em Pedras Salgadas, que decorre também em parceria com a WWF Portugal desde finais de 2021, implica a expansão do actual espaço arbóreo do Parque termal de 20 para os 26,3 hectares, numa lógica agroflorestal para recuperação dos solos e aumento da capacidade de retenção de água e permitir ainda o sequestro de CO2.
Com o mesmo objectivo, está a ocorrer a intervenção em Leça do Balio, com o restauro das funções ecológicas da Quinta da Sabina, num terreno com 1,8 hectares, com o apoio da Verde Associação tendo em vista, entre outros aspectos, a protecção das águas subterrâneas, a criação de microhabitats para a biodiversidade e o sequestro de CO2. Este é um projecto que pretende também contribuir para o ecossistema do Rio Leça, que se situa nas proximidades.
A GESTÃO EFICIENTE ÁGUA NA OPERAÇÃO DO GRUPO
Reconhecendo a importância global da água enquanto recurso natural e finito, o Super Bock Group tem também reforçado a sua monitorização em tempo real, naquilo que é a sua utilização na operação, atendendo a que, globalmente, o sector das bebidas é intensivo no que toca ao uso de água (sem água não há cerveja, nem sidras, nem as fantásticas águas minerais naturais). E foram definidos três eixos estratégicos para as suas áreas de produção: reduzir o consumo através da adopção de tecnologias mais eficientes, optimizar a utilização da água em todo o processo e implementar sistemas de reaproveitamento em circuito fechado.
Como resultado, o Super Bock Group chega a 2025 a utilizar apenas 2,88 litros de água por litro de bebida produzida, ao contrário dos mais de 10 litros que usava no início dos anos 90, com o objectivo de atingir os 2,2 litros de água por litro de bebida produzida, até 2030.
A todo este trabalho que assegura consumos de água e energia mais eficientes, junta-se a aposta do Grupo na digitalização e investimentos em smarplant para modernizar as infraestruturas, sistemas e processos, sempre tendo em vista tornar toda a operação mais eficaz e sustentável, nomeadamente numa lógica de optimização de recursos.
EFICIÊNCIA NO CONSUMO DE MATÉRIAS-PRIMAS E NA GESTÃO DE RESÍDUOS
Neste capítulo, ao consumo eficiente de matérias-primas juntam-se outras duas prioridades: a mitigação na produção de resíduos em todas as áreas da operação e a promoção da reutilização e reciclagem de materiais de embalagens. Assim, o Grupo pretende aumentar a circularidade dos recursos que utiliza.
A este respeito é de salientar que o Super Bock Group obteve a classificação B em economia circular pela ADENE – Agência para a Energia, que mediu os níveis de circularidade nas instalações de Leça do Balio em termos de materiais, mas abrangendo também os recursos energéticos e hídricos -, além de ter analisado a estratégia e práticas de gestão do Grupo, nesta matéria.
Em particular, sendo as bebidas a sua principal operação, há uma preocupação especial por parte do Super Bock Group no que diz respeito às suas embalagens, pelo peso significativo que têm na pegada de CO2 da cadeia de valor (cerca de 32% do total de emissões).
Por isso, incentiva o uso das embalagens retornáveis, nomeadamente em restaurantes, cafés e restaurantes (canal HORECA), com todas as suas marcas a incluírem no portefólio garrafas de vidro comercializadas em grades e/ou barris direccionadas para esta tipologia de pontos de venda. São formatos que o Grupo complementa com outras soluções como os beer drive (sistema de abastecimento de tanques de 250 a 500 litros no HORECA por “auto-tanques”, ou seja, directamente da fábrica ao copo).
Adicionalmente, e ainda no que às embalagens diz respeito, significa também encontrar outras soluções que reduzam o uso de matérias-primas virgens na sua produção e/ou promovam a incorporação de materiais reciclados, o que tem vindo a ganhar escala, seja nas garrafas de vidro de uso único (com o uso de casco de vidro ou vidro reciclado nos vidrões), como nas garrafas PET (com RPet) ou nas grades (com grades antigas e/ou danificadas). Além de incentivar a reciclagem no final de vida das embalagens, sejam de vidro, plástico ou as latas de alumínio que têm um potencial de valorização total.
Na categoria das águas minerais naturais, por exemplo, o Grupo promoveu (e promove) programas de melhoria contínua, assentes na inovação, recorrendo ao eco-design e à aplicação de princípios de biomimicry, tendo em vista criar embalagens mais leves e sustentáveis, sem perda da sua resistência.
Como exemplos ilustrativos, mas reais, podemos falar da aplicação do biomimicry na marca Vitalis, há vários anos, para tornar as garrafas PET mais leves, mas com a resistência e qualidade de sempre e que permitiu reduzir significativamente o uso de PET virgem. Outro exemplo são os vários projectos de redução de peso (lightweighting) das garrafas de vidro do Super Bock Group que permitiram evitar o uso de 48 mil toneladas de matéria-prima virgem e evitadas 81 mil toneladas de emissões de CO2e. Além da redução do peso das garrafas de cerveja, é de referir a incorporação de vidro reciclado para o fabrico de novas garrafas que está na ordem dos 59%, ou seja, em 2024, cada garrafa de cerveja de cor âmbar teve uma média de casco de vidro incorporada de 59% o que permitiu reduzir o uso de matérias primas virgens e o consumo de energia associado à sua produção (com naturais reduções das emissões de CO2).
Adicionalmente, o Super Bock Group, ciente de que os resíduos têm também valor económico, valoriza subprodutos das suas operações, como as leveduras em fim de vida ou as dreches (cereais usados na produção de cerveja e que resultam da fase de filtração) para alimentação animal, sendo este um outro forte e concreto contributo ao nível da economia circular criando sinergias com outros sectores e eliminando resíduos.
PROMOÇÃO DO TRABALHO COLABORATIVO DENTRO E FORA DO GRUPO
Tudo o que o Super Bock Group desenvolve é feito em contexto colaborativo. Dentro da organização, para sensibilizar que a sustentabilidade assenta na satisfação das necessidades do presente sem comprometer a capacidade de satisfazer as das gerações futuras e para reforçar a importância do contributo de cada colaborador no seu dia-a-dia, são promovidas, anualmente, iniciativas internas como a Semana da Sustentabilidade, que teve a sua 4.ª edição, em 2025, e o Day Out, já na sua 5.ª edição. O Grupo fomenta também formações em diversas áreas, com o apoio de várias associações/entidades das quais faz parte, como a APIAM ou a Associação Smart Waste Portugal, mas também o Grace, BCSD Portugal, Sociedade Ponto Verde, e a ainda a participação em eventos da área como o Conferência Insure-Hub, GreenFest ou o Festival Boil.
Há, portanto, uma ligação muito estreita aos diferentes agentes da cadeia de valor, nomeadamente parceiros (onde se incluem os fornecedores nacionais) ou o próprio sector associativo, porque o Super Bock Group acredita que o caminho é e deve ser sempre colaborativo. Só assim é possível continuar a evoluir em termos de inovação, tecnologia e a procurar as melhores e mais eficientes práticas no mercado.
O Super Bock Group é membro fundador da Associação SDR Portugal, que vai implementar, no nosso país, o futuro Sistema de Depósito e Reembolso, um passo crucial para garantir alta taxas de recolha das embalagens de bebidas em garrafas PET e latas até três litros; e também é membro do Pacto Português dos Plásticos e Plataforma Vidro+, iniciativas da Associação Smart Waste Portugal, que tem como missão promover a circularidade em Portugal. Além disso, colabora com a Sociedade Ponto Verde, no que toca à reciclagem de embalagens, e com a AHRESP em campanha sobre as embalagens retornáveis específicas para o canal HORECA, reforçando que a mudança necessária nos hábitos e práticas de reciclagem das embalagens no seu fim de vida requerem o envolvimento de todos os que fazem parte desta cadeia de valor, incluindo os consumidores.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Redução da pegada ambiental”, publicado na edição de Outubro (n.º 235) da Executive Digest.














