Fraudes em Portugal: um terço das empresas enfrentou situações fraudulentas nos últimos anos

A Deloitte realizou a primeira edição do Fraud Survey Portugal, um estudo sobre quais as principais causas de fraude no mercado nacional, da lista destacam-se com maior percentagem a falta de um sistema de controlo interno eficiente, bem como a falta de valores éticos.

Ainda que a maioria das organizações inquiridas acredite que as melhorias nos mecanismos de prevenção de fraude em Portugal são cada vez mais evidentes, uma grande parte continua preocupada com o aumento de situações fraudulentas nas empresas, nos últimos anos. Quando questionados sobre o que o futuro poderá trazer, cerca de 70% prevê que o número de casos se mantenha igual ou possa mesmo vir a aumentar.

Um terço das empresas disse já ter enfrentado pelo menos uma situação fraudulenta nos últimos dois anos, trazendo associadas a perda de reputação, bem como a redução dos lucros da empresa em questão. Cerca de 95% dos inquiridos afirma que os principais responsáveis pela ocorrência destas situações são os quadros médios e superiores da entidade.

Esta primeira edição contou com mais de 170 respostas e ainda com a participação de Chief Financial Officers, Diretores Financeiros e de Compliance e Risco e Controlo das maiores organizações do país.

De entre as formas de fraude mais comuns destacam-se o tráfico de influências a liderar a lista com uma percentagem de 65%, a corrupção com 41% e o suborno a atingir os 31%, o setor financeiro é considerado por 57% dos inquiridos, o mais passível de ocorrência de fraude. Relativamente às áreas de negócio, o Procurement é visto como a mais vulnerável em situações fraudulentas, com uma percentagem de 43%, de seguida encontra-se a área comercial com 27% e por último o financiamento que regista 26%.

Cerca de 70% das empresas indicam ter uma politica de procedimentos para combater  a fraude, devidamente comunicada aos seus funcionários, contudo mais de 40% delas não apresenta um canal interno especifico para reportar a ocorrência de situações irregulares ou fraudulentas. Adicionalmente, 28% dos envolvidos afirma que a sua empresa não aloca adequadamente os recursos, de forma a mitigar o risco de fraude.