Refletir (e agir) para o futuro de uma sociedade conectada

Opinião de Nélson Pereira, Responsável do Mercado de Telecom e Media na Minsait em Portugal

Executive Digest
Maio 17, 2024
12:02

Por Nélson Pereira, Responsável do Mercado de Telecom e Media na Minsait em Portugal

A 17 de Maio celebra-se o Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação, uma comemoração criada pela União Internacional das Telecomunicações (UIT), neste dia em 1865.

A data é uma oportunidade para refletirmos sobre a importância das telecomunicações e da sociedade de informação no impulso do desenvolvimento social e económico em todo o mundo. Uma data em que devemos realçar a importância da liberdade de expressão, garantia de uma comunicação livre, inclusiva e democrática.

O papel das telecomunicações é inegável, na medida em que são um pilar fundamental e basilar na sociedade como a conhecemos atualmente, que por ser tão intrínseco ao nosso modo de vida, nomeadamente para a geração digital, é recorrentemente subjugado para um papel secundário onde não se debate o seu posicionamento, sustentabilidade e futuro.

Este ponto torna-se ainda mais relevante, quando nos aproximamos de uma onda tecnológica poderosa, de rápida proliferação e sem paralelo passado, tão fundamental para a continuidade da evolução da humanidade, quanto impulsionadora de uma turbulência numa escala antes inimaginável, onde a IA (Inteligência Artificial) assumiu um protagonismo sem precedentes.

E é neste contexto que se torna fundamental repensar o papel das telecomunicações e a definição de um modelo de sustentabilidade que permita manter o seu papel catalisador de inovação e garante do desenvolvimento da sociedade. A digitalização da rede é um passo importante neste sentido.

Nesse sentido, destaco seis principais eixos que se apresentam prioritários para esta reflexão estratégica:

Inclusão Digital e Promoção de Acessibilidade, o acesso equitativo à comunicação e à tecnologia é fundamental. É crucial desenhar iniciativas adequadas a todas as franjas da sociedade para reduzir a divisão digital e garantir que todos tenham acesso à infraestrutura de comunicação, independentemente da sua localização geográfica ou estatuto socioeconómico.

Privacidade e Segurança, com a crescente proliferação de tecnologias convergentes a privacidade dos dados, as comunicações seguras e a proteção da privacidade vão ser cada vez mais um ponto crítico para pessoas e empresas.

Sustentabilidade numa visão multidimensional, quer na vertente ecológica e ambiental, quer na vertente económica, onde se estabeleça um modelo competitivo de garantia para os consumidores, mas que garanta um modelo financeiro que renumere adequadamente os investidores da indústria. Para isto é fundamental que o ecossistema de parceiros (operadores, governos, reguladores, instituições académicas, …) criem a perceção de valor acrescido da utility pela sociedade (veja-se por exemplo qual seria o impacto da pandemia sem uma infraestrutura de comunicações resiliente e capaz).

Regulamentação e Neutralidade da Rede, implementar regulamentações que promovam a concorrência justa, protejam os interesses dos consumidores e incentivem a inovação, enquanto garantem a sustentabilidade económica dos operadores de telecomunicações, com enfoque para o repensar da regulamentação no espaço europeu.

Definir Planos Transnacionais de Resiliência, para responder a interrupções Naturais e Ataques Físicos devido a desastres naturais, como furacões e terramotos, ou ataques físicos e malignos sobre as infraestruturas de rede.

É essencial reconhecermos o papel vital que as telecomunicações desempenham no suporte do nosso modo de vida atual e futuro. Desde a sua origem até aos dias de hoje, as telecomunicações têm sido o alicerce sobre o qual construímos as nossas redes globais de comunicação. No entanto, ao olharmos para o futuro, fica claro que enfrentaremos desafios significativos, como a rápida evolução da tecnologia e a necessidade intrínseca de conectividade. Tecnologias como a 5G e a futura rede 6G, a aplicação da IA, a softwerização e automatização das redes e as iniciativas de abertura e normalização das interfaces, entre outras, têm potencial para transformar o sector das telecomunicações e a sociedade da informação. São desafios complexos que exigem soluções inovadoras e colaboração global.

Neste Dia Internacional das Telecomunicações e da Sociedade da Informação, renova-se a importância de investir numa infraestrutura robusta e em políticas que promovam a inclusão digital, equidade de acesso e a definição de modelos sustentáveis para a indústria.

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