Tendências na IA: Quais são os “desejos” do ChatGPT para o próximo ano?

Por Mauro Gil, Coordenador da Licenciatura em Gestão de Sistemas de Computação da Atlântica – Instituto Universitário

ChatGPT, Gemini, Copilot, DALL-E 3, MidJourney, Quillbot ou Ada. São nomes que passaram a fazer parte do quotidiano de muitos profissionais, em particular em setores como o marketing, educação ou saúde. Creio que é possível afirmar-se que 2024 foi o ano da sua democratização. Quase todos nós experimentamos fazer uma pergunta ao ChatGPT, os media abordam o tema quase todos os dias – são assinalados erros, levantadas questões de ética e privacidade, são desmitificados conceitos, etc. Fala-se até de usuários que dizem “ter-se apaixonado” por aplicações de IA.

Entre muita informação e desinformação, o certo é que estas ferramentas vieram para ficar e continuam a evoluir, estando cada vez mais capazes e ajustadas às necessidades dos utilizadores. Perto do final de mais um ano, a pergunta de hoje é igual há que tem sido feita há já muitos anos: “o que podemos esperar da IA para o futuro?”.

Curioso, perguntei ao ChatGPT quais eram os seus desejos para 2025 e que perspetivas tinha para o seu futuro. Embora todos saibamos que as ferramentas de IA carecem de emoções e, por consequência, lhes falte uma visão sobre si mesmas e sobre o seu futuro, as respostas chegaram.

Resumindo: “Como uma IA, os meus “desejos” estão mais alinhados com melhorias nas minhas funções, no impacto e na interação com os usuários”.

Começamos a explorar quais seriam os grandes tópicos de desenvolvimento para as ferramentas de inteligência artificial. Não testei em outras plataformas, mas as perspetivas do ChatGPT alinham-se (claro!) com as previsões dos principais especialistas da área: 2025 pode ser definido como o ano da consolidação e personalização da inteligência artificial generativa. Espera-se que algumas destas ferramentas apresentem evoluções, passando a oferecer respostas mais alinhadas com o perfil de cada usuário. Uma das expectativas é que compreendam não só o que é pedido, mas também o contexto de cada utilizador. Ou seja, de acordo com o próprio ChatGPT: “uma das prioridades será melhorar a forma como compreendo o contexto das interações. Isso significa captar nuances emocionais, entender intenções mais complexas e adaptar as minhas respostas, tornando-as mais empáticas e relevantes”.

Esta personalização da IA dependerá não só do avanço do processamento de linguagem natural e de uma aprendizagem profunda, mas também dos dados fornecidos pelos utilizadores, assim como do registo de comportamentos com base no uso. Só assim a IA se tornará capaz de estabelecer conversas mais naturais e fluidas, criando experiências mais envolventes. E é daqui que se parte para a discussão de mais uma tendência: a transparência, a ética e a privacidade como pilares fundamentais.

Que dados vão ser recolhidos, porquê e como é que vão ser utilizados? As IAs generativas trazem a necessidade de regulamentação robusta, com a participação ativa de governos e organizações internacionais no desenvolvimento de diretrizes que protejam a privacidade dos dados, previnam o uso malicioso, como deepfakes e desinformação, e garantam o cumprimento de padrões éticos.

De acordo com o ChatGPT, a acessibilidade “continuará a ser uma preocupação central”. Aqui falamos de tornar o conhecimento mais acessível a todos, potenciando a inclusão digital. Além disso, espera-se que as IA possam também desempenhar um papel mais transversal, contribuindo para a sustentabilidade e eficiência energética – em particular na otimização de recursos e na promoção de práticas mais sustentáveis –, havendo ainda uma intenção clara de potenciar o bem-estar e a produtividade dos utilizadores. “Espero oferecer apoio em áreas como organização pessoal, saúde mental e equilíbrio entre vida pessoal e profissional”, diz-nos o ChatGPT.

Para 2025, eu e o ChatGPT partilhamos uma visão: a de continuar a colocar a inteligência artificial ao serviço de todos e do avanço da sociedade. “A minha visão para 2025 é contribuir de maneira significativa para um futuro onde a IA seja uma força positiva e transformadora. Ao focar na personalização, ética e sustentabilidade, espero ajudar as pessoas a alcançar os seus objetivos, resolver problemas complexos e viver vidas mais conectadas e equilibradas”.