Sobre o combate à pobreza Energética em Portugal
Por Ricardo Delca, Technical Manager Hydro Building Systems Portugal
Cerca de dois milhões de portugueses vivem em condições de pobreza energética e são incapazes de manter as suas casas aquecidas no inverno. Esta situação resulta de uma combinação de fatores, tais como a ineficiência energética das habitações e os elevados custos de energia, sendo que, para melhorar a eficiência energética dos edifícios, o alumínio desempenha um papel crucial. Numa altura que nos estamos a aproximar das estações mais frias, a pobreza energética volta a assumir-se como um problema sério e um tema na ordem do dia.
Portugal, apesar do clima temperado, está sujeito a variações e oscilações que às vezes são extremas e, deste modo, é particularmente vulnerável a este tema. Recorde-se que de acordo com o Eurostat, 19,4% da população portuguesa não consegue manter as suas casas confortavelmente aquecidas durante o inverno, um número que contrasta fortemente com a média europeia onde este indicador é de 8,2%.
Num relatório da Agência para a Energia (ADENE) fica ainda patente que grande parte das casas portuguesas foram construídas antes da implementação de regulamentos de eficiência energética, o que as torna ineficientes e dispendiosas de aquecer, mas igualmente de refrescar.
Assim, e embora existam vários fatores a considerar na resolução deste problema, o qual se arrasta desde que há memória, e que todos os anos provoca muitos casos de doenças, o alumínio faz parte da solução. Este material, amplamente utilizado devido às suas propriedades únicas, nomeadamente leveza, durabilidade e capacidade de reciclagem praticamente infinita, sem perda de qualidade, assume-se como um poderoso aliado na luta contra a pobreza energética, especialmente na instalação de janelas e portas que ajudem a melhorar significativamente o isolamento térmico das habitações e a redução de perdas de energia. De facto, estudos indicam que edifícios equipados com janelas de alumínio com isolamento térmico podem reduzir o consumo energético em até 30% e, em resultado, a respetiva redução no valor das faturas de energia.
Além disso, o alumínio é altamente resistente às intempéries, garantindo uma longa durabilidade dos sistemas de isolamento, o que se traduz em menos necessidade de manutenção ou substituição ao longo dos anos. Em termos de sustentabilidade, o alumínio pode ser reciclado indefinidamente, reduzindo o impacto ambiental associado à produção de novos materiais.
Com o aumento da consciencialização sobre a importância da eficiência energética e a introdução de incentivos fiscais e subsídios, espera-se que mais famílias portuguesas optem por estas soluções, reduzindo o impacto da pobreza energética no país.
Por isso, e em linha com a Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética (2021-2050), que tem como objetivo melhorar as condições de habitabilidade das casas através de medidas de eficiência energética, promovendo, por exemplo, o uso de materiais como o alumínio na construção e renovação de edifícios, a aposta no fomento da utilização do alumínio como aliado do combate à pobreza energética em Portugal deve constituir também uma prioridade para os operadores e promotores imobiliários.