Parcerias sólidas fazem bons negócios

Por Manuel Mira, Diretor de Operações da Warpcom

No momento em que vivemos, em que a realidade parece, por vezes, ultrapassar a ficção, quer pelas inúmeras alterações tecnológicas, per si, a que assistimos, quer pela velocidade a que estas se sucedem, é particularmente importante para uma empresa integradora ter parcerias robustas com todos os seus stakeholders, sejam estes fornecedores, fabricantes ou clientes. Mais: as parcerias estratégicas desempenham um papel vital na essência do modelo de negócios de qualquer empresa, permitindo-lhe alcançar resultados mais eficazes e sustentáveis.

Um estudo feito pela Harvard Business Review em 2022 mostrou que 94% dos executivos da indústria de tecnologia consideravam as parcerias de inovação como uma estratégia essencial para os negócios. Concluía o estudo que essas parcerias permitem que as empresas alcancem patamares e objetivos que seriam difíceis de realizar numa jornada “a solo” devido à falta de expertise ou recursos internos.

Isto é, sabemos que a dinâmica do setor das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) é impulsionada pela colaboração e inovação contínuas, e por isso, apesar de toda a transformação tecnológica e digital que nos rodeia, há uma certeza que devemos manter presente no nosso dia a dia: só da colaboração entre todos e da criação de parcerias sólidas pode nascer o sucesso, dos projetos, das empresas, das pessoas.

Porque, apesar de podermos ser excelentes em vários assuntos, há que ter consciência, de forma permanente e humilde, que é impossível sermos bons em todos os campos. E num mundo tecnologicamente cada vez mais complexo e integrado, por vezes é fácil perdermos a visão do todo e das relações causa efeito quando acontece algo inesperado.

As tão desejadas parcerias podem, e devem, ser feitas em diferentes frentes. Por exemplo, as parcerias com fabricantes e fornecedores permitem, para além do contacto com as suas tecnologias, o acesso aos seus serviços nas suas várias fases. São um complemento às equipas técnicas que, por muito boas que sejam, não conseguem abarcar todos os avanços e lançamentos tecnológicos à velocidade com que estes acontecem. Este trabalho conjunto, esta parceria, permite reforçar a confiança nas propostas dos fabricantes e dos fornecedores, bem como na sua capacidade de realização e de suporte.

É igualmente de extrema importância considerar os clientes como parceiros, pondo em prática a máxima “um negócio é bom quando o for para ambas as partes”. Caminhar lado a lado com quem nos ajuda a crescer, estar presente quer nos momentos bons, quer nos momentos “menos bons”, deve ser o denominador comum para quem quer está no mundo empresarial.

Construir uma relação de negócios profunda, que não se limita a contratos de serviço, leva o seu tempo, mas é um caminho essencial para alcançar resultados duradouros e mutuamente benéficos, com partilha de riscos e resolução conjunta de conflitos. Aliás, se avaliarmos os benefícios, para ambas as partes, de desenvolver relacionamentos sólidos com parceiros de negócios, ocorrem-me desde logo a cooperação estratégica, a partilha de recursos qualificados e conhecimento, a inovação, a partilha e redução de riscos, a melhoria na reputação, a melhor adaptação à mudança, o acesso a novos mercados… a lista é extensa.

Desta forma, consegue-se um entendimento do histórico das implementações anteriores e da realidade do cliente, tanto em termos de negócios quanto de tecnologia, que só é viável com tempo e não com colaborações ocasionais.

Na minha ótica, o futuro das colaborações empresariais passa por “investir” em relacionamentos de longo prazo que impulsionem a inovação, a eficácia operacional, que ajudem a superar obstáculos e a compartilhar riscos. Em suma, um compromisso que contribua para um crescimento mútuo.  Porque só juntos vamos mais longe!