O setor financeiro em 2025: inovação com propósito
Por João Guerra, CEO da Nickel Portugal
Com um novo ano a começar, o setor financeiro dá novamente o primeiro passo para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades que podem transformar o seu futuro. Após anos de avanços e reflexões, é hora de começar o novo ano com foco na inovação e adaptação às necessidades reais dos consumidores.
Nos últimos anos, a digitalização de pagamentos, impulsionada por avanços tecnológicos e mudanças nas preferências dos consumidores, revolucionou o setor financeiro. Porém, o numerário continua a desempenhar um papel significativo no dia a dia de muitos portugueses, o que demonstra que o futuro do setor exige um equilíbrio entre inovação e acessibilidade. Soluções como o euro digital, pagamentos imediatos e carteiras digitais devem continuar a ganhar espaço, coexistindo com métodos tradicionais para chegar a diferentes públicos.
Para garantir essa integração, os modelos híbridos, que combinam serviços digitais com pontos de acesso físicos, são cada vez mais relevantes para redefinir a forma como os serviços financeiros são prestados. Estes modelos são especialmente essenciais em regiões com acesso limitado à banca tradicional, permitindo que diversas operações sejam realizadas em estabelecimentos de comércio local, por exemplo. Ao unir inovação tecnológica e presença física, é possível promover a inclusão financeira e democratizar o acesso aos serviços.
Outra tendência transformadora que irá acompanhar o próximo ano é a inteligência artificial (IA). Com a sua capacidade de automatizar operações e personalizar serviços, a IA está a otimizar processos e a criar experiências mais adaptadas aos consumidores. No entanto, a integração do digital traz desafios, sobretudo na área de cibersegurança. A proteção de dados sensíveis tornou-se essencial, exigindo soluções robustas para prevenir fraudes e garantir a segurança. É crucial encontrar um equilíbrio entre o uso de tecnologias avançadas e a implementação de regulamentações fortes para garantir a confiança dos clientes e a estabilidade do setor.
Por fim, também os critérios ESG (ambientais, sociais e de governo) irão redefinir o setor financeiro. Estes promovem não só investimentos sustentáveis, mas incentivam também práticas mais éticas e responsáveis. Num cenário onde a sustentabilidade e a inovação caminham lado a lado, o foco nos critérios ESG está a impulsionar a transparência, ética e a governanção em toda a indústria financeira.
Assim, em 2025, o futuro do setor será moldado pela harmonia entre inovação e responsabilidade social. A digitalização de pagamentos, em conjunto com a IA e a cibersegurança, irão trazer eficiência e segurança, enquanto os modelos híbridos e os critérios ESG irão reforçar o compromisso com a inclusão e a sustentabilidade.
Para enfrentar os desafios que se avizinham, é essencial que consumidores, reguladores e empresas cooperem para construir um setor mais resiliente, acessível e ético. Esta cooperação permitirá oferecer serviços financeiros acessíveis, atendendo às necessidades do quotidiano e construindo um futuro mais inclusivo.