Casa: Para onde voam os preços em Lisboa e Porto?

Por Miguel Mascarenhas, CEO da Imovendo

Os dados recentes sobre o mercado imobiliário na Grande Lisboa e no Grande Porto revelam uma tendência desafiadora para o futuro das principais e mais populosas cidades portuguesas. Em junho de 2024, o preço médio do metro quadrado na capital atingiu os €4.096, um aumento significativo em comparação com os €3.949 registados em janeiro anterior. Esta subida contínua, que acumulou um incremento de €147 por metro quadrado em apenas seis meses, reflete um mercado aquecido e em constante valorização.

É importante destacar que este fenómeno não se limita à Cidade de Lisboa, na Área Metropolitana, que inclui o Distrito de Setúbal, os preços variam consideravelmente entre os Concelhos. Por exemplo, Cascais apresenta o valor mais elevado, com €5.023 por metro quadrado, enquanto a Azambuja tem o valor mais acessível, a €1.357. No Porto a situação não é diferente, o preço médio do metro quadrado na cidade subiu de €2.551 em janeiro para €2.656 em junho, um aumento de €105 na primeira metade do ano. Municípios adjacentes também apresentam variações significativas, como Matosinhos, o mais caro do Grande Porto, com um valor médio de €3.055 por metro quadrado, contrastando com Paredes, a apenas 30 km de distância, com preços de €1.261.

Estas evoluções nas áreas mais habitadas do país refletem um mercado em expansão e com procura crescente, porém polarizado entre o interior e as grandes cidades do litoral e onde a valorização imobiliária acarreta desafios significativos que exigem uma gestão cuidadosa e estratégica para garantir um futuro para o mercado imobiliário e, consequentemente, para a economia portuguesa.

Estratégias que passam pelo investimento no interior, diversificação do tipo de imóveis, opções alternativas de vender casa e novas construções da faixa litoral do país, devem ser realmente pensadas e postas em prática, procurando um equilíbrio entre os espaços, os imóveis e os intervenientes no mercado imobiliário.

Para que Lisboa e o Porto continuem a ser cidades inclusivas, atrativas e sustentáveis, é essencial reconhecer as mudanças naturais destes espaços, aproveitar o contributo que o mercado habitacional dá à economia e repensar modelos – como o das comissões imobiliárias fixas -, lógicas e modus operandi datados que tanto permeiam o imobiliário deste cantinho da europa.

 

 

 

Ler Mais