O que acontece ao corpo quando passa 24 horas sem comer?

Simulação detalha as transformações físicas e mentais durante um dia inteiro de jejum total

Francisco Laranjeira
Novembro 16, 2025
16:00

Ficar 24 horas sem comer pode parecer extremo, mas uma simulação recente mostra que o corpo humano passa por uma série de transformações surpreendentes ao longo desse período. O vídeo – que pode ver aqui -, divulgado pela página ‘Elevate Mind HQ’ e citado pela ‘LADbible’, detalha, hora a hora, o que acontece quando o organismo é privado de alimentos durante um dia completo.

Segundo o ‘LADbible’, o estudo simulado revela que, embora a maioria das pessoas esteja habituada a intervalos de 12 a 16 horas entre refeições — o tempo que separa o jantar do pequeno-almoço —, prolongar esse jejum pode desencadear processos fisiológicos profundos que ajudam o corpo a “reiniciar-se”.

Primeiras 12 horas: fim da glicose, início da queima de gordura

Durante as primeiras 12 horas sem alimentação, o corpo esgota as reservas de glicose disponíveis e começa a recorrer às reservas de gordura como fonte primária de energia. Essa transição marca o início da chamada “queima de gordura”, mecanismo essencial para manter o funcionamento corporal quando não há nova ingestão calórica.

A partir das 16 horas: o processo de autolimpeza celular

Por volta das 16 horas sem comer, a simulação identifica o aparecimento de um fenómeno conhecido como autofagia — o processo pelo qual o corpo elimina partes celulares danificadas ou desnecessárias, renovando os seus componentes internos. Esta fase é muitas vezes descrita como uma “autolimpeza” natural do organismo e está associada à regeneração celular.

18 a 20 horas: aumento hormonal e eficiência metabólica

Após 18 horas de jejum, os níveis de hormona do crescimento aumentam até 300%, favorecendo a preservação da massa muscular e acelerando a queima de gordura. Duas horas depois, por volta das 20 horas, a sensibilidade à insulina melhora de forma significativa, o que permite ao corpo processar os nutrientes de forma mais eficiente quando a alimentação é retomada.

A simulação destaca ainda que, nesse momento, o cérebro começa a utilizar cetonas — compostos produzidos a partir da gordura — como principal fonte de energia. Essa alteração metabólica está associada a uma maior clareza mental e a uma sensação de foco mais intenso.

Após 24 horas: “reinicialização” do sistema imunitário

Quando o jejum atinge as 24 horas, o corpo passa por uma espécie de reinicialização do sistema imunitário. De acordo com a ‘LADbible’, o processo envolve a eliminação de células imunitárias antigas e a produção de substitutas mais eficazes, fortalecendo as defesas naturais do organismo.

Apesar dos potenciais benefícios, especialistas alertam que períodos prolongados de jejum devem ser encarados com cautela. Sem preparação adequada, o corpo pode sofrer efeitos adversos, como fadiga, irritabilidade ou défice de nutrientes.

O jejum intermitente e o equilíbrio necessário

O crescente interesse em dietas baseadas no jejum explica-se por estes mecanismos fisiológicos. Planos como o jejum intermitente, que restringe a alimentação a uma janela de cerca de oito horas por dia, tornaram-se populares precisamente por imitarem alguns dos benefícios observados em jejuns mais longos.

Contudo, os especialistas sublinham que o equilíbrio é essencial. O corpo humano pode tornar-se mais eficiente quando lhe é dado “descanso metabólico”, mas só dentro de limites seguros e sob orientação adequada.

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