Zona Euro está em compasso de espera: Olhares estão voltados para a inflação americana e britânica

A recuperação do dólar continuou por mais uma semana, alimentada por taxas de juro acentuadamente mais altas nos EUA e por sinais de que a economia no país está a ganhar impulso.

Para Joana Vieira, Partner da Ebury Portugal, “as perspetivas de qualquer corte por parte da Reserva Federal em 2025 estão a desvanecer-se rapidamente e a importante taxa do Tesouro a 10 anos aumentou, na realidade, uns massivos 120 pontos base desde o primeiro corte da Reserva Federal em setembro – uma resposta invulgar à flexibilização da Fed”.

No que respeita a divisas, as moedas dos mercados emergentes também estão em liquidação, mas “o perdedor da semana foi claramente a libra, cuja queda foi acelerada por uma preocupante liquidação nos mercados Gilt”. Por sua vez, o real brasileiro conseguiu terminar a semana inalterado face ao dólar e, portanto, em alta em relação a quase todas as outras moedas principais, “um sinal de que a venda brutal da moeda nos últimos meses de 2024 pode finalmente tê-la tornado num valor atraente“.

Para esta semana, os olhos estão atentos aos números da inflação nos EUA e no Reino Unido (ambos na quarta-feira), que serão eventos importantes para os mercados. “Os respetivos mercados de obrigações públicas estão a olhar com apreensão para o fluxo de novas obrigações que esses governos têm de colocar e a inflação de base em ambos os países permanece solidamente acima dos 3%, o que não está a ajudar. Por enquanto, as taxas domésticas mais elevadas estão a ajudar o dólar e a ter o impacto oposto na libra esterlina.  Esta semana será calma na Zona Euro, pelo que a moeda comum será negociada principalmente com base nos acontecimentos noutros países”, explica Joana Vieira.