Zelenski, Von der Leyen e António Costa: quais foram os protagonistas da UE em 2024?

Uma análise publicada pelo diário espanhol 20 Minutos destacou os principais protagonistas da União Europeia (UE) ao longo de 2024. Num ano marcado por desafios globais e transformações políticas, várias figuras emergiram como peças centrais no complexo tabuleiro europeu. Desde líderes institucionais a chefes de Estado, o bloco comunitário viveu um “filme” político, com heróis e vilões, dependendo da perspectiva de Bruxelas.

Ursula von der Leyen: a nova “dama de ferro”

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, manteve-se como figura central da liderança europeia, apesar de ter perdido apoios face à eleição de 2019. A alemã renovou o seu mandato com uma abordagem marcadamente hierárquica, centralizando as grandes decisões em torno da sua figura. O tema da migração destacou-se como um exemplo claro deste modelo de governação. Von der Leyen não hesitou em aproximar-se da direita radical, mantendo, contudo, a sua posição de poder inabalável.

Volodymyr Zelensky: a Ucrânia no epicentro

Sem ser membro da UE, a Ucrânia continua a ocupar um lugar central na agenda europeia. O presidente Volodymyr Zelensky reforçou os apelos por mais apoio militar e económico para enfrentar a invasão russa, rejeitando qualquer possibilidade de cessar-fogo ou negociações de paz com Moscovo. Zelensky apresentou um “plano de vitória” aos aliados, que, até ao momento, não foi concretizado.

António Costa: o regresso à liderança

Após a saída de Charles Michel, António Costa assumiu a presidência do Conselho Europeu. O antigo primeiro-ministro português trouxe um novo modelo de trabalho, focado em cimeiras mais curtas, menos conclusões e maior coordenação com as capitais e a Comissão Europeia. A sua abordagem pretende reduzir confrontos entre os Estados-membros e acelerar a ação europeia.

Marine Le Pen e Giorgia Meloni: a ascensão da direita

Marine Le Pen destacou-se com uma vitória expressiva nas eleições europeias, reforçando o papel do Rassemblement National no panorama político da UE. Embora em França tenha enfrentado um momento menos favorável nas legislativas, Le Pen posiciona-se como uma figura-chave para o futuro, mesmo com processos judiciais em curso.

Já Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, consolidou o seu papel institucional, liderando debates sobre imigração e distanciando-se de antigos aliados políticos mais radicais. Meloni tornou-se uma parceira viável dos conservadores tradicionais, graças à sua postura pró-Ucrânia e pró-NATO.

Outros protagonistas

O espanhol Raffaele Fitto e a ministra Teresa Ribera envolveram-se numa disputa que ameaçou comprometer a composição da nova Comissão Europeia, mas a polémica acabou por não se materializar. Na Roménia, Calin Georgescu atraiu atenções ao vencer eleições presidenciais, que foram posteriormente anuladas devido a alegações de interferência russa.

Viktor Orbán e Donald Tusk também marcaram o ano: o primeiro manteve-se como uma figura controversa à frente da presidência húngara do Conselho da UE, enquanto Tusk emergiu como um líder forte e conciliador dentro dos 27. Na Moldávia, Maia Sandu destacou-se pela sua luta para afastar o país da influência russa e aproximá-lo da integração europeia.