Yuan ainda está longe de se tornar alternativa “porto seguro” ao dólar
“Não devemos esperar que o yuan chinês se torne uma alternativa ‘porto-seguro’ ao dólar ou aos tesouros dos EUA em breve”, defende Ebrahim Rahbari, chefe global de análise de câmbio do Citigroup, citado pela ‘CNBC’.
Assumindo que é “muito cético” quanto à possibilidade da moeda chinesa poder desenvolver o seu próprio status de ‘porto seguro’, Rahbari explicou que os chamados ativos ‘refúgio’ geralmente têm certos atributos, nomeadamente tendem a oferecer um armazenamento de longo prazo mas, a curto prazo, também fornecem ‘proteção’ durante os períodos de crise.
“E claramente, o yuan não se qualifica”, reforçou Rahbari.
Como resultado, mesmo que as perspectivas para a economia chinesa e para os seus mercados financeiros sejam “amplamente mais suaves”, o yuan tem um “caminho muito, muito longo pela frente” antes de se poder tornar uma alternativa real ao dólar, acrescentou o responsável do Citi.
“Por enquanto, há um algum debate sobre se o euro pode ter agora uma janela para entrar nesta disputa novamente. Mas acho que o yuan está de facto longe”, disse Rahbari.
O yuan fortaleceu-se significativamente nos últimos dias, após um aumento nas bolsas de valores da China continental, com o composto de Xangai subindo quase 6% apenas na segunda-feira. O yuan foi negociado pela última vez a 6,99 por dólar na quinta-feira à tarde, horário de Singapura, depois de ver níveis acima de 7,05 no início do mês. Enquanto isso, a contrapartida ‘offshore’ da moeda mudou de mãos em 6,9892 por dólar.
Questionado sobre as perspectivas para o yuan, Rahbari afirmou que “quando olhamos para o yuan, temos sempre que comparar o que está a acontecer na Ásia com o que está a acontecer com o dólar em geral”, e neste momento, esses dois fatores parecem “apontar para uma ligeira desvantagem do dólar-yuan”.
″Existe a sensação de que a região asiática está a recuperar, que talvez os mercados de ativos da China estejam a alcançar o sentimento positivo mas também estamos a ver alguma pressão negativa sobre o dólar americano”, concluiu o analista.