Washington prepara-se para certificar vitória de Trump sob forte nevão
Washington acordou hoje debaixo de uma grande tempestade de neve que ameaça condicionar a rotina dos moradores e trabalhadores da capital americana, mas que não será suficiente para travar a certificação da vitória eleitoral de Donald Trump.
Os escritórios federais, assim como as escolas na área metropolitana de Washington DC estão fechados nesta segunda-feira, com o teletrabalho a ser a ordem do dia. Mas não para os senadores e congressistas, que certificam hoje os resultados das eleições presidenciais de novembro passado, que deram a vitória a Donald Trump.
“O Ato de Contagem Eleitoral exige isso: que em 06 de janeiro, às 13:00 (hora local, 18:00 em Lisboa), estejamos ou não a atravessar uma tempestade de neve, estejamos naquela Câmara para garantir que isso seja feito”, disse no domingo o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson.
Encorajando os legisladores a permanecerem na capital durante a tempestade, Johnson afirmou que espera comparecimento total.
As previsões meteorológicas apontam para neve pesada e ventos fortes na região, com a neve acumulada a poder chegar aos 18 centímetros.
Em “6 de janeiro às 13h00 o Congresso deve certificar a eleição histórica do Presidente Trump. Washington tem um alerta de tempestade de inverno (…). Muitos membros do Congresso deixaram a cidade neste fim de semana, embora tenham sido instruídos a ficar. Estou aqui e vou a pé para o Capitólio se for preciso”, escreveu na plataforma X a congressista republicana Marjorie Taylor Greene.
“Estarei aqui não importa o quanto neva, e todos os republicanos também deveriam estar”, acrescentou Greene, um dos nomes mais radicais do Partido Republicano e uma forte aliada de Trump.
A Lei de Contagem Eleitoral estabelece que o Congresso deve reunir-se no dia 6 de janeiro numa sessão conjunta — Câmara dos Representante e Senado. Essa sessão deve ser presidida pelo Presidente do Senado, cargo que é agora ocupado neste momento pela vice-Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris – que saiu derrotada das presidenciais de novembro.
Embora os membros do Congresso possam estar ausentes durante a votação, os líderes gostariam que a maioria da Câmara e do Senado estivesse presente para evitar objeções processuais às regras básicas para a realização da votação.
Apesar do forte nevão, as medidas de segurança não foram reduzidas em Washington, evidenciando as marcas deixadas pelo ataque à democracia perpetrado há quatro anos por apoiantes de Donald Trump.
Além do aumento do número de patrulhas, de agentes policiais no terreno e da coordenação entre agências de segurança, foi montado um grande perímetro de segurança em torno da sede do Congresso dos Estados Unidos, com altas barreiras de metal erguidas ao longo de vários quilómetros.
Há quatro anos, o mesmo perímetro que agora está sob intensa proteção policial era palco da fúria de uma multidão violenta composta por apoiantes do ex e Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que tentava travar a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.
Agora, com a vitória de Trump garantida e com os democratas a assegurarem que não apresentarão objeções a esse triunfo, não são esperados protestos violentos. Contudo, as autoridades preferem “não correr riscos”, disse o chefe da Polícia do Capitólio, J. Thomas Manger, numa conferência de imprensa na sexta-feira.
Pela primeira vez, o Departamento de Segurança Interna americano designou a certificação dos votos do Colégio Eleitoral como um “Evento Nacional de Segurança Especial” – um estatuto que obriga a medidas de segurança ao nível de eventos como a final do campeonato de futebol americano – o Super Bowl – ou o discurso do Estado da União.
Nesse sentido, a segurança na capital americana estará reforçada até ao dia da tomada de posse do novo presidente, em 20 de janeiro.