Votos por engano no ADN podem ter roubado três deputados à AD

O ADN pode ter ‘roubado’ três lugares na Assembleia da República à AD, indicou esta segunda-feira a rádio ‘Renascença’: o partido de extrema-direita, que obteve mais de 100 mil votos, fez a coligação liderada por Luís Montenegro perder dois deputados para o PS e um para o Chega. Os resultados do ADN foram registados nos distritos onde a AD teve melhor votação.

O partido – antigo Partido Democrático Republicano – foi alvo de uma denúncia da AD para uma possível confusão à Comissão Nacional de Eleições (CNE), alertando que estariam a circular cartazes nas redes sociais onde se confunde deliberadamente o partido ADN com a coligação do PSD, CDS-PP e PPM.

De acordo com a rádio nacional, aplicando-se o método d’Hondt, esta possível confusão teria permitido à AD tirar dois deputados ao PS – um em Lisboa, outro em Viseu – e um ao Chega, em Coimbra.

Em Lisboa, o ADN conseguiu 19 mil votos (1,45%), mais 16 mil do que o partido tinha conseguido nas eleições anteriores, um número suficiente para que a AD conseguisse o seu 15º deputado e ultrapassar o PS como o partido mais votado no círculo eleitoral.

Em Viseu, um dos círculos onde o ADN foi o 4.º partido mais votado, o partido conseguiu mais de 6 mil votos (3,13%), quando há dois anos tinha sido o 13º partido mais votado nas legislativas de 2022. Estes votos seriam o suficiente para a coligação de PSD e CDS conquistarem o 4.º deputado no círculo, às custas do 3º do PS.

Os melhores resultados do ADN coincidiram também com os círculos eleitorais onde a AD teve melhor resultado no continente: Viseu, Bragança e Vila Real.

O terceiro deputado que o ADN terá desviado da AD foi em Coimbra. O partido registou 1% dos votos, cerca de 2.400, quando há dois anos o partido não tinha listas no círculo eleitoral.

Bruno Fialho, líder do ADN, garantiu que “utilizar a confusão de qualquer sigla é desconsiderar os eleitores, que votam nestas duas forças políticas, que supostamente criaram confusão, mas é também chamar de ignorantes a todos aqueles que supostamente se enganaram”.

Em Bragança, Vila Real e Viseu, o ADN surgiu acima da AD no boletim de voto, tal como aconteceu em Lisboa, Porto, Beja, Braga e Faro.

Em Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Viana do Castelo, Madeira e Açores, o partido estava mais abaixo da coligação.

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