Volvo XC60 T6 Plug-in Hybrid: Para a Vida! Preservar a história, recriando o best-seller

Por Jorge Farromba

O XC60 foi sempre um best-seller da família Volvo. Não somente pelo desenho do modelo mas também pela qualidade e soluções nele implementadas.

Não é por isso um acaso que a marca o posicione com a frase elucidativa “Para a Vida!”. Porque é disso que se trata! Comprar um Volvo é também comprar um automóvel para “proteger a sua família, que agora também protege o seu futuro”

E é com este mote que se inicia o ensaio.

A Volvo não mudou muito a estética do XC60. Atualiza alguns detalhes como a assinatura luminosa mas, no global, o XC60 respira robustez e elegância. Tem aquele porte aristocrático que a marca criou e que, mesmo com a compra pela Geely manteve intactos – o seu ex-libris: a segurança!

Olhar para o XC90 ou XC60 é tudo uma questão de … dimensão, pois são similares. Pessoalmente identifico-me com o desenho deste automóvel pelo mérito do designer em conceber um modelo com linhas simples, minimalistas, que se perpetuam nos anos (clássico) e que conseguem transmitir os valores da marca.

A versão de ensaio, o XC60 T6 Recharge possui um motor de quatro cilindros com 2.0 litros a gasolina e 253 cv, conjugado com um motor elétrico de 87cv, que lhe garante uma potência combinada de 340cv, tração total e uma bateria que pode ir até aos 55km de autonomia (e consegue atrair os benefícios fiscais)

O interior, uma réplica do XC90, respira qualidade … qualidade, robustez, elegância e atenção aos detalhes.

Para começar, os bancos elétricos são de um conforto assinalável. Tudo é regulável, desde o alongamento para as pernas (como é grande retira ao assento principal dimensão, sendo que deveria ser de menor dimensão o alongamento, tal como no XC90), ajuste do apoio lombar e ajuste dos apoios laterais. Mas depois ainda podemos arrefecer ou aquecer os bancos. O volante possui a dimensão e diâmetro corretos (e com um toque fantástico… além de poder ser aquecido). O detalhe da manete da caixa ser …um cristal. A madeira dispersa pelo habitáculo, todo ele em plásticos moles e de uma qualidade de montagem superior. No final, um sistema de som Harman-Kardon que eleva o conforto dos bancos, das suspensões para uns serões a ouvir música neste SUV.

A posição de condução é obviamente elevada mas não sentimos que vamos num camião. Com muito espaço para todos os lados este SUV convida acima de tudo a viagens confortáveis. Com vários modos de condução possíveis, a opção recaiu no Hybrid que, enquanto tiver carga faz a melhor gestão do sistema. Quando não há temos consumos de entre os 7.2l … ou até um máximo de 12l a gasolina. O preço a pagar por um SUV desta dimensão, peso e com motor a gasolina. Nem mais nem menos que a concorrência.

E em estrada?

Bom, em cidade flui bem pelo trânsito citadino, mas temos de ter atenção às dimensões. O conforto é assinalável. Desde os bancos que nos acolhem, às suspensões que filtram os pisos mais irregulares e ao conforto acústico que nos isola dos ruídos exteriores. Um mimo!

Em estrada, os 300 e mais alguns cavalos são mais que suficientes para constantemente estarmos preocupados com os radares, tal a rapidez com que atinge velocidades mesmo proibitivas, aliado a um comportamento de elevado nível, sem ruídos parasitas ou aerodinâmicos e, sobretudo, com uma perceção de segurança que, mesmo conduzindo um SUV por si só mais elevado, se mantém.

Num dos troços da antiga IP2, perto do Fratel encontramos curvas encadeadas, declives pronunciados e um ótimo local para testar a deriva do SUV. Mesmo exagerando nas curvas, em algum momento sentimos insegurança do estilo “isto vai correr mal”, adornamento ou perdas de tração. O SUV mantém-se sobre carris, o conforto ao melhor nível, as suspensões a efetuar o seu trabalho e o comportamento em curva a ser preciso.

Já agora, encontramos por vezes nalguns modelos – e nesta estrada por exemplo – viaturas que, a meio da curva a caixa muda de relação e perdemos fulgor (e as leis da física fazem-nos sair ligeiramente de frente), ou mesmo sentimos perdas de tração – por via do chassis ou suspensões. Neste? Esqueçam. Parece feito para esta estrada.

Os consumos.

Com carga elétrica conseguimos efetuar consumos de 6 a 8 litros em estrada. Sem carga perto de 10 litros. Mas sem preocupações com o pé direito.

O Publico alvo?

Quem adquire uma viatura deste género não tem entre 20 e 30 anos. Não é esse o target. Também custa quase 70.000€.

Quem o adquire são indivíduos acima dos 34 anos com família constituída que procuram uma viatura com status, qualidade, conforto e segurança (aliás os sistemas são tantos, desde a manutenção na faixa de rodagem, sensor de colisão frontal, angulo morto,… que era quase fastidioso enumerar).

A viatura de ensaio trazia também cadeiras integradas para crianças nos bancos traseiros.

Sabe, quem o adquire que é uma viatura que compete com a Mercedes, Audi e BMW mas que procura uma diferenciação. Foi uma marca que no passado, surgia muito ligada aos ramos da advocacia e arquitetura. Novos tempos mais abrangentes mudaram o conceito e, no final do dia, o que conta é estarmos em presença de uma viatura de grande nível para todos as profissões.