“Vivemos 45 minutos de puro terror a pensar ‘vamos cair'”: Desmaios e convulsões a bordo de voo entre Egito e Porto

Os quase 200 passageiros que seguiam num Boeing 737-800, da companhia egípcia Red Sea Airlines, que faziam viagem entre Egito e Porto, viveram momentos de terror a bordo, já na reta final do percurso, com uma despressurização na cabine que gerou cenas dignas de filme de suspense e terror.

Vários passageiros sofreram desmaios, convulsões e vómitos, sendo que também a tripulação da aeronave foi afetada pelo incidente. Logo antes d viagem, o voo foi sendo atrasado sem que a empresa desse justificações para o sucedido, mas vários passageiros portugueses, que seguiam no voo, contam que o problema que se verificou estará relacionado com falhas técnicas do avião.

Hugo Vilarinho conta à SIC que a partida foi sendo adiada, de manhã até à noite de domingo, e revela que “um dos funcionários que estava nas portas de embarque acabou por deixar escapar a informação de que havia um problema numa das janelas do avião”.

As primeiras horas de voo decorreram sem percalços, mas a menos de uma hora de aterrar no Porto, os passageiros foram surpreendidos pela súbita despressurização da cabine, que causou a queda das máscaras de oxigénio no topo dos lugares.

“Vivemos 45 minutos de puro terror a pensar ‘vamos cair e ninguém nos vai socorrer, o avião vai despenhar-se em qualquer lado’”, conta uma passageira, adiantando que a filha, que também viajava no avião, mais longe, “tinha tomado um comprimido para dormir” e que não colocou a máscara, pelo que “estava roxa” e “demorou muito tempo a recuperar”.

Não foi caso único: outros passageiros relatam momentos de horror, com desmaios, perda de sentidos, um vento muito forte e frio, dificuldades a respirar, convulsões ou vómitos.

“Senti que estava completamente a sufocar, mesmo com a máscara. Parecia quase que ia vomitar, as minhas mãos começaram a inchar, deixei de sentir as pernas e o meu peito encheu como um balão de ar quente”, indica Miguel Noronha, outro passageiro.

“Senti um frio terrível e as luzes acenderam-se todas. Senti-me depois com muita dificuldade em me mexer, uma incapacidade de prestar auxílio ao meu filho, foi terrível nesse momento”, relata à SIC Roberto Martins, que ia no avião, sobre o momento em que percebeu que não ia conseguir colocar a máscara ao filho, que seguia ao seu lado.

A Red Sea Airlines assegura que o avião “estava totalmente apto a voar em segurança” e assume que o atraso na vagem foi causado por um inesperado problema técnico”, que obrigou a esperar por outra aeronave.

Já sobre o caso ocorrido durante o voo, e antes da aterragem no Porto, a companhia egípcia diz que foi causado por um “problema técnico no sistema de pressurização”, destacado que aterragem decorreu “em segurança, sem feridos ou vítimas”.

Na chegada, os passageiros tinham uma equipa de emergência à espera no aeroporto e muitos foram ao hospital. Agora, os afetados exigem respostas, indemnizações pelo atraso no voo e querem que as autoridades portuguesas ajam, para que situações semelhante não se repitam.