Vidas para recordar: Quem nos deixou em 2020?
Empresários, políticos, escritores, desportistas ou atores. Saiba quem foram as personalidades que nos deixaram em 2020.
Vieira Monteiro foi a segunda vítima mortal por Covid-19 em Portugal. Contraiu a Covid-19 em Itália, durante umas férias numa estância de inverno. António Vieira Monteiro liderava o conselho de administração do Santander desde 2019, após seis anos como CEO. Conselheiro do Conselho Editorial da Executive Digest, dedicou uma longa carreira à banca iniciada em 1970 na direção do (entretanto extinto) Banco Português do Atlântico.
Depois, o gestor, licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa em 1969, desempenhou funções no Crédito Predial Português (entre 1974 e 1984), no Banco Espírito Santo & Comercial de Lisboa (1985-1989), no Libra Bank (1986-1989), na Caixa Geral de Depósitos (1989-1993), no Banco de Extremadura (1991-1996), no Banco Luso Español (1991-1996), na Promindústria (1994-1996), e no Banco Siméon (1995-1996).
Em 1999 e 2000, Vieira Monteiro foi administrador do Banco Nacional Ultramarino, ao mesmo tempo que presidia ao conselho de administração da Caixa Investimentos. Entre 1995 e 2000, o responsável desempenhou também o cargo de administrador da Petrogal. Entre 2000 e 2003, Vieira Monteiro foi presidente do Banco Standard Totta Moçambique, passando depois a liderar o Banco Totta de Angola (até 2009). Nascido a 21 de março de 1946, Vieira Monteiro sucedeu a Nuno Amado na liderança dos destinos do Santander em Portugal em 2012.
Outra das personalidades que nos deixou foi o artista plástico Artur do Cruzeiro Seixas, um dos nomes fundamentais do Surrealismo em Portugal, e autor de um vasto trabalho no campo do desenho e pintura, mas também na poesia, escultura e objetos/escultura.
Gonçalo Pereira Ribeiro Telles, antigo líder do Partido Popular Monárquico e dirigente da Aliança Democrática, o arquiteto, cuja carreira também se destacou na cidadania e na ecologia, faleceu em casa, rodeado da família. Nascido em Lisboa, a 25 de maio de 1922, licenciou-se em Engenharia Agrónoma e formou-se em Arquitetura Paisagista, no Instituto Superior de Agronomia, onde iniciou a vida profissional.
Professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta, interventor cívico, várias vezes galardoado e distinguido, o ano fica também marcado pelo desaparecimento do ensaísta Eduardo Lourenço, um dos pensadores mais proeminentes da cultura portuguesa.
Vicente Jorge Silva, jornalista, político, amante do cinema e também cineasta, morreu aos 74 anos, a 7 de setembro. Foi diretor-adjunto do Expresso e fundador do jornal Público. Também o linguista João Malaca Casteleiro, figura central na elaboração do novo Acordo Ortográfico, morreu, aos 83 anos, no Hospital da Cruz Vermelha.
Álvaro Barreto, ministro em seis Governos, sendo durante décadas uma das figuras mais importantes do PSD, foi outras das personalidades que faleceu em 2020. A última vez que foi ministro assumiu a pasta da Economia no Executivo de Pedro Santana Lopes, depois de 10 anos dedicado à vida empresarial na sequência de uma saída atribulada do segundo Governo de Cavaco Silva. Também sub-diretora geral da Saúde, Catarina Sena, morreu vítima de doença prolongada. Ocupava o cargo desde fevereiro de 2008, depois de quatro anos como adjunta do então ministro da Saúde, António Correia de Campos.
No campo da representação, destacam-se as mortes do ator e argumentista Tozé Martinho e dos atores Filipe Duarte e Pedro Lima. Já o piloto português Paulo Gonçalves, de 40 anos, morreu na 7.ª etapa do rali Dakar na Arábia Saudita.
O ano fica ainda marcado pelas mortes de Kobe Bryant, antigo jogador da equipa dos Lakers, da NBA, do ator norte-americano Kirk Douglas, do escritor Luis Sepúlveda, do magnata do jogo de Macau Stanley Ho, do empresário e marido de Isabel dos Santos, Sindika Dokolo, e de George Steiner, considerado um dos grandes nomes da crítica literária do século XX.
Este foi também o ano em que morre a antiga estrela do futebol mundial, Diego Armando Maradona. No dia 25 de novembro, aos 60 anos, foi vítima de uma paragem cardiorrespiratória depois de uma operação a um coágulo no cérebro.