Venezuela oferece uma recompensa de 100 mil dólares pela captura do candidato da oposição

As autoridades venezuelanas anunciaram, esta sexta-feira, uma recompensa de 100 mil dólares – inicialmente eram 500 mil dólares, mas baixou minutos depois – por informações que conduzam à captura do opositor exilado Edmundo González Urrutia, que deverá ter vencido o presidente Nicolás Maduro nas urnas, a 28 de julho último. Nas redes sociais, a polícia venezuelana publicou uma foto do ex-diplomata, com a palavra “procurado” por baixo da imagem – segundo as autoridades judiciais, o cartaz de procurado com o rosto de González seria exibido em aeroportos e postos de controlo policiais em todo o país.

Recorde-se que González, de 75 anos, fugiu para a Espanha em setembro último, depois de Maduro ter reivindicado a vitória nas eleições e reprimir duramente a dissidência. O candidato opositor já prometeu regressar ao país para tomar posse como presidente a 10 de janeiro, no lugar de Maduro, que deverá fazer o juramento de posse no mesmo dia.

A Venezuela declarou Maduro vencedor de um terceiro mandato de seis anos na votação de julho, mas a oposição protestou, dizendo que a contagem foi fraudulenta: o Governo venezuelano tem resistido à intensa pressão interna e externa para divulgar os resultados da votação que comprovem a sua reivindicação de vitória. Diversos protestos irromperam nas ruas venezuelanas, que se transformaram em confrontos com a polícia, e resultaram em 28 mortos, 200 feridos e mais de 2.400 presos.

Apenas um punhado de países, incluindo a Rússia, aliada da Venezuela, reconheceu Maduro como o vencedor das eleições de julho. Os Estados Unidos e o Parlamento Europeu reconheceram González como “presidente eleito”.