Venda de imobiliário residencial alinhado com níveis pré-pandemia

Na sequência da recuperação sentida no trimestre anterior, o investimento em imobiliário comercial em Portugal acelerou consideravelmente no terceiro trimestre deste ano, somando 583 milhões de euros investidos.

Este montante iguala o volume de investimento captado em toda a primeira metade do ano e coloca a atividade anual em 1.173 milhões de euros, apurou a JLL no seu mais recente Market Pulse, o estudo trimestral desenvolvido pela consultora com a análise ao comportamento dos setores de investimento e de ocupação nas áreas de escritórios, retalho e habitação.

O estudo conclui que 50% do investimento em imobiliário comercial diz respeito a negócios concretizados nos últimos três meses. Os escritórios concentram 50% do investimento anual, num total de 582 milhões de euros, seguidos pelo imobiliário hoteleiro, com uma quota de 22% equivalente a €256 milhões, e do setor de alternativos, que captou 18% do montante investido, num total de 218 milhões de euros.

As ‘yields prime’ mantêm-se estáveis em todos os setores, atingindo mínimos históricos nos escritórios (4,00%), comércio de rua em Lisboa (4,25%) e em industrial & logística (5,75%).

Na ocupação, os escritórios chegam ao final do terceiro trimestre com 80.650 m2 tomados em Lisboa, reduzindo a cada trimestre o diferencial face ao ano passado e abrindo boas perspetivas para que a atividade do 4º trimestre possa colocar o ‘take-u’p anual acima de 2020, quando a atividade ficou em torno dos 140.000 m2. A retoma na ocupação é acompanhada de uma estabilidade nas rendas.

No segmento de retalho, a recuperação da economia, com aumento do consumo, abre boas perspetivas para o desempenho operacional das lojas. Apesar das restrições que o comércio sentiu no último ano e meio, devido à pandemia, as rendas têm permanecido transversalmente estáveis, apenas com pequenos ajustes em zonas prime ao mesmo tempo que estão a emergir novas localizações de retalho em núcleos residenciais.

Na habitação, mais do que a resiliência que marcou o primeiro ano de pandemia, o tempo é de vitalidade acrescida.

O volume de vendas residenciais está agora alinhado com os níveis recorde atingidos no final de 2019, registando-se uma forte procura quer por parte dos compradores nacionais quer dos internacionais, os quais representam 42% nas vendas no acumulado do ano. O mercado continua a pautar-se pela falta de oferta e os preços mantêm a tendência de subida, embora o crescimento seja agora mais lento. Destaque para a emergência de novas zonas residenciais, onde é possível a aquisição de produtos com características exclusivas a preços mais baixos do que no centro da cidade.