Vacina espanhola contra a covid-19 mostra 100% de eficácia em ratos
A vacina espanhola mais avançada contra a covid-19, desenvolvida pelo Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), demonstrou uma eficácia de 100% nos ensaios em ratos. Os avanços alcançados neste projeto, que utiliza uma variante do vírus que foi usada para erradicar a varíola, foram publicados no Journal of Virology.
A vacina está a ser desenvolvida em colaboração com a empresa espanhola de biotecnologia Biofabri, para iniciar as primeiras fases de ensaios clínicos (fases um e dois) nas próximas semanas. Esta vacina candidata utiliza o vírus da vacina modificada contra a varíola como veículo para transportar uma proteína do SARS-CoV-2 para estimular a defesa imunitária contra a covid-19, informou hoje o CSIC.
Quando a pandemia eclodiu, três projetos de investigação diferentes foram ativados no Conselho Superior de Investigações Científicas para desenvolver vacinas. “Observámos que o candidato à vacina gera uma resposta imunitária robusta com produção de anticorpos neutralizantes em ratos”, explicou um dos investigadores Mariano Esteban, citado pela imprensa espanhola.
Outro investigador do grupo, Juan García Arriaza, explicou numa nota divulgada pelo CSIC que descobriram que a vacina “confere 100% de proteção contra o SARS-CoV-2 num modelo de rato suscetível à infeção pelo novo coronavírus, o que é muito importante”.
A vacina em causa ensina o sistema imunitário a reconhecer o verdadeiro coronavírus e como eliminá-lo. O estudo demonstrou ainda que a administração de uma ou duas doses protege 100% dos ratos da doença e letalidade causadas pela covid-19.
La vacuna del CSIC más adelantada para la covid-19 muestra una eficacia del 100% en ratones. El proyecto de Mariano Esteban y @JGarciaArriaza genera una respuesta inmunitaria robusta. La empresa española Biofabri producirá la vacuna para ensayos clínicos➡️ https://t.co/YDgHKCxY4p pic.twitter.com/af9GwhTwUR
— CSIC (@CSIC) January 21, 2021
O Conselho Superior de Investigações Científicas salientou também que com duas doses da vacina há uma inibição completa da replicação do vírus nos pulmões. “Estes resultados demonstram que a vacina produz imunogenicidade robusta e eficácia completa em modelos animais”, pelo que “apoiam a sua aplicação futura em ensaios clínicos”.
Para definir uma ação mais ampla e cumprir os requisitos das agências reguladoras para os ensaios clínicos, estão a ser realizadas experiências de imunogenicidade (capacidade de desencadear uma resposta imunitária) e eficácia em ratos e, em breve, serão também realizadas experiências em macacos.
Se tudo correr como planeado, as fases clínicas um e dois poderão ser iniciadas dentro de algumas semanas e depois avançar para a última fase clínica, a três.