Um terço dos portugueses gasta mais de 40% dos seus rendimentos com a renda da casa

Praticamente um terço (29,4%) dos agregados familiares em Portugal que arrendam casa estão em situação de sobrecarga financeira, o que significa que gastam mais de 40% dos seus rendimentos para asseguraram os custos com a habitação.

Os dados de 2002, revelados pelo Eurostat e citados pelo público, adiantam que o nosso País está entre os Estados-membros da UE onde a habitação tem um maior peso nos orçamentos familiares, ao mesmo tempo que os custos com a habitação para os proprietários, face aos rendimentos, são menores do que a média europeia.

Os números revelam que apenas pouco mais de 1% que vivem em casa própria se encontram em situação de sobrecarga financeira.

Em 2010, os dados mostravam que havia 17,8% dos inquilinos em Portugal em sobrecarga financeira, mas a percentagem foi elevando com o decorrer dos anos, tendo atingido o pico, de 35%, em 205. Depois entrou em queda mas, a desde 2021, tem voltado a aumentar.

Olhando aos países da UE onde as famílias que arrendam casa mais têm de se esforçar para pagar a renda, Portugal fica atrás dos Países Baixos, Roménia, Espanha, Bulgária, Grécia, Bélgica ou Dinamarca; no conjunto da UE, a média de inquilinos financeiramente sobrecarregados é de 21% – quase menos 10 pontos percentuais do que no nosso País.

Nos casos de sobrecarga extrema das famílias que arrendam casa, que ocorre quando os custos com a habitação ultrapassam os 50 e os 75%, o nosso País estava também acima da média. 18% dos inquilinos gastavam mais de metade dos rendimentos com a casa e mais de 5% afirmavam que gastavam 75% do dinheiro disponível com a renda.

Por outro lado, os salários não acompanharam a subida dos preços das rendas e, segundo um relatório da Eurofund, entre 2010 e 2019 o custo com o arrendamento subiu 40%, sendo juntamente com a Polónia, Grécia, Estónia, Letónia ou Bulgária, entre os países onde mais aumentou.

No entanto, o mesmo relatório assinala que, em Portugal, as taxas de esforço para pagar as casas são inferiores: em 2022, a despesa com a habitação significava uma média de 14,3% dos rendimentos das famílias, olhando a inquilinos e proprietários. A média da UE é de 19,9%.

Este facto é justificado pelo facto de perto de 70% das famílias portuguesas viverem em casa própria, que tem custos mensais inferiores a uma habitação arrendada.

Ler Mais