Um terço dos peões que morrem nas estradas tem taxa crime de álcool no sangue
Continua a aumentar o número de vítimas em acidentes rodoviários em Portugal que tem uma taxa de álcool acima do permitido por lei para conduzir (0,5 g/l). O aumento é particularmente grande no que respeita aos peões com álcool no sangue.
De acordo com os dados de autópsias feitas pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), citados pelo Diário de Notícias, no ano passado praticamente um terço (27,7%) dos peões mortos nas estradas tinha 1,2g/l ou mais de álcool no sangue. Cinco anos antes, em 2017, a percentagem eram bem inferior:12,2%.
Alain Areal, diretor-geral da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), manifesta “preocupação” e relata que é preciso cruzar os dados com a localização dos acidentes, para se perceber efetivamente os fatores que poderão contribuir para este aumento.
No entanto, Manuel João Ramos, presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACAM), indica ao mesmo jornal algumas situações que podem ajudar a explicar o aumento: crescimento das zonas de lazer para peões nos espaços público, sobretudo em áreas urbanas, efeito da ‘turistificação’ no consumo de álcool na via pública, e crescimento dos espaços de divertimento noturno.
Os especialistas pedem medidas reforçadas e programas de combate ao alcoolismo, sobretudo entre os jovens. No ano passado, o INMLCF fez menos autópsias, num total de 294 (o ‘recorde’ dos últimos seis anos foi em 2018, com 417), mas mesmo assim a proporção de condutores e peões com álcool no sangue foi muito grande, e subiu exponencialmente: no caso dos condutores foram mais de 40% os que tinham álcool no sangue com uma taxa acima de 0,5 g/l (23,4% acima de 1,2 g/l).