Ucrânia: EUA dizem que soldados norte-coreanos são “alvos legítimos”

O governo dos Estados Unidos declarou que os soldados norte-coreanos presentes em território russo, envolvidos nos combates ao lado das forças de Moscovo, são “alvos legítimos” para as forças armadas ucranianas. A afirmação foi feita durante uma conferência de imprensa do Departamento de Estado americano, no seguimento de relatos de baixas entre tropas norte-coreanas na região de Kursk, na Rússia.

De acordo com informações divulgadas, cerca de 30 soldados norte-coreanos foram mortos no último fim de semana em confrontos nas proximidades das aldeias de Plekhovo, Vorozhba e Martynovka, na região de Kursk. Estes militares, segundo as autoridades ucranianas, fazem parte de um contingente de mais de 11.000 soldados enviados pela Coreia do Norte para apoiar as forças russas no conflito.

Os combates envolvendo tropas norte-coreanas começaram em novembro e marcaram a primeira captura de território por estas forças, com a tomada da aldeia de Plekhovo, na região de Kursk. Antes de entrarem em combate, os soldados da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) receberam formação militar em instalações russas no Extremo Oriente.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou que, após a morte de soldados norte-coreanos na frente de batalha, as forças russas têm incinerado os seus corpos, nomeadamente os rostos, numa tentativa de ocultar a sua presença e evitar implicações diplomáticas.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, reforçou a posição de Washington ao afirmar que “os soldados norte-coreanos que foram destacados para Kursk já são alvos legítimos. Entraram numa guerra e, como tal, são combatentes legítimos para as forças armadas ucranianas”.

Miller acrescentou que, caso os militares norte-coreanos atravessassem a fronteira para combater diretamente em solo ucraniano, tal constituiria “uma escalada por parte do governo russo e, igualmente, por parte da Coreia do Norte”.

“Enviar tropas norte-coreanas para participar numa guerra de agressão contra uma nação soberana, dentro das suas fronteiras, é uma escalada inaceitável”, reiterou Miller. Questionado sobre como os Estados Unidos responderiam a uma escalada futura, o porta-voz recusou adiantar detalhes, afirmando: “Não vou antecipar publicamente essa resposta.”