Ucrânia desmantela rede de espiões russos que queriam localizar caças F-16 e sistemas de defesa aérea
O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) anunciou esta terça-feira ter desmantelado uma rede de espionagem composta por 12 agentes que trabalhavam para a Rússia. O objetivo da rede era localizar aviões de combate F-16 e sistemas de defesa aérea em território ucraniano.
De acordo com um comunicado divulgado no Telegram, o SBU deteve o alegado organizador da rede e quatro cúmplices-chave, suspeitos de traição e de partilharem informações estratégicas sobre as forças militares da Ucrânia.
Os espiões operavam de forma independente, recolhendo informações em cinco regiões do sul e nordeste da Ucrânia. Os alvos incluíam bases aéreas, localizações de sistemas de defesa antiaérea e empresas envolvidas no desenvolvimento de tecnologias de guerra eletrónica.
A descoberta desta rede ocorre num momento crítico, em que a Ucrânia começou a integrar os tão esperados caças F-16 nas suas operações de defesa aérea. As primeiras unidades foram entregues no verão, e têm sido utilizadas em missões defensivas contra os massivos ataques aéreos da Rússia.
A presença dos F-16 representa um avanço significativo para as capacidades militares da Ucrânia, tornando-os alvos prioritários para os serviços de inteligência russos.
Modus operandi da rede
O SBU revelou que a rede incluía desertores das Forças Armadas ucranianas, que fugiram das suas unidades sem autorização e foram posteriormente recrutados pelos serviços secretos russos enquanto se escondiam da justiça.
Os membros do grupo utilizavam contactos entre militares na linha da frente para obter informações, muitas vezes sem que os seus conhecidos soubessem como os dados seriam utilizados. Após recolherem informações adicionais através de reconhecimento próximo aos alvos, os espiões encaminhavam os dados ao líder da rede, que, por sua vez, os transmitia a um supervisor da inteligência militar russa.
O SBU afirmou ter “neutralizado” a rede de espionagem e que está a trabalhar para responsabilizar todos os envolvidos. Caso sejam condenados, os acusados enfrentam a possibilidade de prisão perpétua pelas acusações de traição.
Fontes do SBU informaram a agência Reuters que o serviço de inteligência ucraniano esteve por detrás do assassinato, na terça-feira, de um general russo em Moscovo. O oficial era acusado pela Ucrânia de estar envolvido no uso de armas químicas contra tropas ucranianas.
Esta ação sublinha o alcance das operações de contra-espionagem e retaliação conduzidas pela Ucrânia, que procura enfraquecer a influência russa tanto dentro como fora das suas fronteiras.