Trump envia emissário ao Qatar para discutir trégua em Gaza

O emissário especial para o Médio Oriente do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, discutiu com o primeiro-ministro do Qatar os esforços de mediação para uma trégua na Faixa de Gaza, revelou hoje a diplomacia do Qatar.

As conversações na sexta-feira entre Steve Witkoff e o primeiro-ministro Mohammed bin Abdelrahmane Al-Thani “focaram-se nos últimos desenvolvimentos na região, particularmente nos esforços para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza”, de acordo com um comunicado, que não fornece mais detalhes.

As negociações indiretas entre Israel e o Hamas foram retomadas no passado fim de semana no Qatar com vista a um cessar-fogo no território palestiniano, centradas na libertação dos reféns raptados durante o ataque sem precedentes do movimento islâmico palestiniano em território israelita em 7 de outubro de 2023.

À medida que se aproxima a tomada de posse de Donald Trump, o presidente cessante, Joe Biden, referiu-se na quinta-feira a “progressos reais” nas negociações sobre a libertação dos reféns detidos em Gaza.

Antes, o seu secretário de Estado, Antony Blinken, afirmou na quarta-feira, durante uma visita a Paris, que estava “muito próximo” um acordo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns.

Por sua vez, Donald Trump prometeu recentemente um “inferno” para a região se os reféns não fossem libertados antes do seu regresso ao poder, em 20 de janeiro.

Apesar dos esforços diplomáticos liderados sob a égide do Qatar, do Egito e dos Estados Unidos, nenhuma trégua foi concluída em Gaza desde o final de Novembro de 2023, que permitiu a libertação de 105 reféns em troca de 240 prisioneiros palestinianos detidos por Israel.

O conflito em curso em Gaza foi desencadeado após um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 46 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.