Trudeau revela que propôs trocar Canadá por Estado norte-americano a Trump, que não gostou da piada

O primeiro-ministro cessante do Canadá, Justin Trudeau, revelou recentemente que, em tom de brincadeira, sugeriu ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, uma troca inusitada: o Canadá se tornaria o 51.º estado americano em troca de Vermont ou Califórnia. A revelação foi feita durante uma entrevista no programa Inside with Jen Psaki, transmitido pela MSNBC.

Trudeau explicou que a conversa ocorreu durante um encontro em Mar-a-Lago, em novembro. “A certa altura, começámos a brincar sobre a possibilidade, e eu sugeri a troca de Vermont ou Califórnia por certas partes do Canadá. Ele rapidamente deixou de achar graça, e mudámos de assunto”, contou o líder canadiano. Trudeau salientou que a troca foi apenas uma brincadeira e que rapidamente passou a outros temas mais sérios, como a imigração ilegal e o tráfico de fentanil.

A ideia de anexar o Canadá aos Estados Unidos não é nova para Donald Trump. O presidente eleito já tinha manifestado publicamente o desejo de adquirir territórios estrangeiros, incluindo a Groenlândia e o Canadá. Em dezembro, Trump escreveu na rede social Truth Social: “Muitos canadianos querem que o Canadá se torne o 51.º estado. Economizariam imenso em impostos e proteção militar. Acho uma excelente ideia. 51.º Estado!!!”

Trump justificou a ideia argumentando que os EUA subsidiam o Canadá em “cem milhões de dólares por ano”, algo que considera insustentável. Para ele, a integração do Canadá aos Estados Unidos traria benefícios econômicos significativos para ambos os países.

As declarações de Trudeau e as reiteradas intenções de Trump de anexar o Canadá geraram uma onda de reações. Pierre Poilievre, líder do Partido Conservador do Canadá e favorito para suceder Trudeau, foi categórico: “O Canadá nunca será o 51.º estado. Ponto final. Somos um país grande e independente.” Poilievre destacou ainda a forte aliança entre o Canadá e os EUA, lembrando o apoio canadiano após os ataques de 11 de setembro de 2001 e a importância do Canadá como fornecedor de energia de alta qualidade para os Estados Unidos.

Com Trump prestes a assumir a presidência em janeiro, muitas incógnitas permanecem sobre como as suas políticas poderão afetar o Canadá. Trudeau, que se prepara para deixar o cargo de primeiro-ministro, alertou que o foco do Canadá deve estar nas políticas que o novo governo americano venha a implementar, incluindo possíveis tarifas sobre bens canadenses. “Se ele avançar com tarifas que aumentem o custo de praticamente tudo para os cidadãos americanos, teremos de ter uma resposta robusta”, afirmou Trudeau.

Enquanto isso, o Parlamento canadiano está em crise, e o Partido Liberal procura um novo líder para suceder Trudeau e liderar o esforço nas próximas eleições gerais, previstas para outubro de 2025. Até lá, o futuro das relações entre o Canadá e os Estados Unidos permanece incerto, dependendo das decisões de Trump e da nova liderança canadiana.