Títulos de dívida pública valorizam-se 2.100 milhões de euros em novembro
Os títulos de dívida pública valorizaram-se 2.100 milhões de euros em novembro, ascendendo o valor total de títulos de dívida emitidos por residentes a 300.600 milhões no final desse mês, mais 1.200 milhões face a outubro.
Segundo dados divulgados hoje pelo Banco de Portugal (BdP), para este aumento de 1.200 milhões de euros do valor total de títulos de dívida no final de novembro contribuíram as valorizações de 2.100 milhões de euros dos títulos de dívida pública e as emissões de títulos de dívida de empresas não financeiras, que superaram as amortizações em 373 milhões de euros.
Em sentido contrário, contribuíram as amortizações de títulos de dívida do setor financeiro e das administrações públicas, que excederam as emissões em 1.400 milhões e 517 milhões de euros, respetivamente.
No final de novembro, o valor total de títulos de dívida emitidos pelas administrações públicas era de 180.500 milhões de euros, o que representava 60% do montante total de títulos de dívida emitidos por entidades residentes.
Pelo quinto mês consecutivo, as amortizações de títulos de dívida das administrações públicas superaram as emissões, sendo que o valor acumulado, desde o início do ano, da diferença entre emissões e amortizações era positivo no montante de 10.500 milhões de euros.
De acordo com o BdP, no final de novembro estavam previstas para os 12 meses seguintes amortizações de 45.300 milhões de euros, o que corresponde a 15,1% do ‘stock’ de títulos de dívida vivos naquela data.
Entre as amortizações calendarizadas, destacam-se as relativas a títulos das administrações públicas, no montante de 22.800 milhões de euros, com destaque para a amortização de Obrigações do Tesouro, no valor de 13.700 milhões de euros, em outubro de 2025.
De referir ainda as amortizações de títulos do setor financeiro, no valor de 10.400 milhões de euros, e de títulos de empresas não financeiras, no montante de 12.100 milhões de euros, com destaque para as amortizações, em dezembro de 2024, de 5.900 milhões de euros.
O BdP explica que estas amortizações “correspondem, em larga medida, a papel comercial, um instrumento de financiamento de curto prazo muito utilizado pelas empresas portuguesas e que é habitualmente objeto de renovação, isto é, de amortização acompanhada de nova emissão, igualmente de curto prazo”.
“É, por isso, uma situação normal registar-se, sistematicamente, um valor elevado de amortizações calendarizadas para o mês seguinte”, refere.
No final de novembro de 2024, o ‘stock’ de ações cotadas emitidas por entidades residentes atingiu 59.800 milhões de euros, menos 2.100 milhões do que no final do mês anterior, tendo contribuído para esta variação a desvalorização das ações das empresas não financeiras e do setor financeiro, nos montantes de 559 e 236 milhões de euros, respetivamente, e a saída de bolsa de duas empresas não financeiras, no valor de 1.300 milhões de euros.
Os dados divulgados hoje pelo BdP detalham ainda que, no final de novembro, estavam vivos 72 títulos de dívida ESG (‘Environmental, Social and Governance’) emitidos por entidades residentes, num montante total de 13.600 milhões de euros, o que representa 4,5% do ‘stock’ total de títulos de dívida emitidos por residentes.
De janeiro até novembro de 2024, o valor total daqueles títulos de dívida ESG aumentou 3.000 milhões de euros, o que representa um crescimento de 28%.
Os títulos de dívida ESG emitidos por residentes são detidos maioritariamente por entidades do setor financeiro e por entidades não residentes. Em outubro de 2024, 71% destes títulos estavam na posse de entidades não residentes, 25% eram detidos pelo setor financeiro e 4% pelo setor dos particulares.