Taxa de juro média dos novos depósitos a prazo atinge em agosto recorde de 2014, revela Banco de Portugal
A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares aumentou para 1,81%, um máximo desde abril de 2014, o que corresponde a uma subida de 0,12 pontos percentuais face ao mês anterior, indicou o Banco de Portugal.
“A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares aumentou de 1,69% em julho para 1,81% em agosto, o valor mais alto desde abril de 2014”, segundo uma nota do supervisor financeiro.
Em agosto, totalizaram-se 8.091 milhões de euros em novas operações de depósitos a prazo de particulares, mais 480 milhões de euros do que no mês anterior.
No mesmo mês, a remuneração média mais elevada verificou-se nos novos depósitos com prazo de um a dois anos (2,10%, contra 1,91% de julho).
Por sua vez, os novos depósitos com prazo acima de dois anos têm uma remuneração média de 2,08%, quando em julho estava nos 1,98%.
Já com prazo até um ano (que representam 87% dos novos depósitos a prazo), foram remunerados, em média, a 1,76%, acima dos 1,66% do mês anterior.
“Em agosto, a remuneração média dos novos depósitos com prazo acordado em Portugal era inferior à observada para a média da área do euro (3,03%) e era a quinta mais baixa entre estes países”, destacou a instituição liderada por Mário Centeno.
No que diz respeito às empresas, em agosto, a remuneração média dos novos depósitos a prazo foi de 2,90%, um recuo de 0,06 pontos percentuais relativamente a julho.
De acordo com o Banco de Portugal (BdP), as novas operações de depósito situaram-se em 6.408 milhões de euros, uma quebra de 1.346 milhões de euros em comparação com o mês anterior.
Em matéria de empréstimos, também em agosto, as novas operações aos particulares representaram 2.338 milhões de euros, um ganho de 152 milhões de euros face a julho.
“Verificaram-se aumentos nas finalidades de habitação e de consumo de 145 e 22 milhões de euros, respetivamente. Nos empréstimos para outros fins, registou-se um decréscimo de 14 milhões de euros”, detalhou.
A taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação cedeu, pela primeira vez desde janeiro de 2022, para 4,23% em agosto, quando em julho estava nos 4,24%.
No período em análise, as taxas de juro médias dos novos empréstimos para consumo passaram de 8,85% para 8,93%, enquanto para outros fins aumentaram de 5,43% para 5,52%.
O valor de novos empréstimos concedidos pelos bancos às empresas foi de 2.084 milhões de euros em agosto, uma progressão de 69 milhões de euros.
No caso dos novos empréstimos às empresas, a taxa de juro média cresceu de 5,72% em julho para 5,92% em agosto.
O BdP também analisou o crédito à habitação, incidindo exclusivamente sobre os novos empréstimos e o ‘stock’ dos empréstimos concedidos a particulares para habitação própria e permanente.
Assim concluiu que, em agosto, os novos empréstimos à habitação com taxa mista representaram 51% do total.
Neste âmbito, a prestação média mensal do ‘stock’ agravou-se em sete euros no mês de agosto para 407 euros.
“Este aumento está em linha com o verificado em julho. Comparando com agosto de 2022, a prestação mensal aumentou 108 euros”, apontou.