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Taiwan cancela voos devido a exercícios militares chineses
A visita da Presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, à ilha de Taiwan fez disparar as tensões entre Washington e Pequim, com o último a prometer uma resposta dura e decisiva ao que considera que foi uma violação da sua soberania e integridade territorial.
A alta-oficial, que é também a terceira na linha de sucessão presidencial, deixou ontem Taiwan, em direção à Coreia do Sul, mas no seu encalço ficou um clima de grande tensão geopolítica, que aprofundou ainda mais a rivalidade estratégia entre os EUA e a China, duas superpotências mundiais com capacidades nucleares.
Depois de duras críticas à atuação de Washington e de Pelosi, Pequim mobilizou as suas forças armadas para a realização de exercícios militares no Estreito de Taiwan, que separa a costa continental chinesa da ilha democrática. Ainda ontem, foi noticiado que várias companhias aéreas na região tinham sido alertadas pelas autoridades chinesas para redesenharem as suas rotas de voo para evitarem sobrevoar o estreito.
Esta quinta-feira, sabe-se que Taiwan cancelou os voos no país, numa altura em que a China, no decurso dos simulacros militares com aviões de navios de guerra, já disparou mísseis perto do território insular, que alguns observadores descrevem como manobras de intimidação e como tentativas de reafirmação do domínio chinês.
De acordo com a ‘ABC News’, citando o chinês ‘Global Times’, foram cancelados pelo menos 40 voos para e a partir de Taiwan, embora fontes de alguns aeroportos não tenham garantido que os cancelamentos estavam relacionados com os exercícios militares da China. Sobre o transporte marítimo, ainda não se conhecem restrições que tenham sido aplicadas.
O Ministério da Defesa taiwanês assegurou que está a monitorizar as movimentações das forças chinesas nas águas do Estreito e, numa publicação feita no Twitter que é acompanhada de um vídeo que mostra imagens das forças armadas de Taiwan e de armamento acompanhadas por uma música dramática, escreve que “as Forças Armadas de Taiwan estão determinadas em defender a nossa soberania e proteger o nosso território”.
#ROCArmedForces are resolved to uphold our sovereignty and guard our territory. We stand with vigilance tirelessly to #protectourcountry. We seek no escalation but devote ourselves to liberty, democracy and the stability and security of our surrounding region. pic.twitter.com/XYnhlT969P
— 國防部 Ministry of National Defense, R.O.C. 🇹🇼 (@MoNDefense) August 4, 2022
E acrescenta: “Estamos incessantemente vigilantes para proteger o nosso país”, afiançando que “não pretendemos uma escalada”, mas que estão “comprometidos com a liberdade, a democracia e a estabilidade e segurança da região que nos envolve”.