Suécia ativa caças para intercetar bombardeiros russos detetados sobre o Báltico

A Suécia mobilizou dois caças Jas 39 Gripen para intercetar dois bombardeiros russos Tu-22 Backfire, acompanhados por dois caças Su-27 Flanker, que sobrevoavam o Mar Báltico na passada terça-feira. A informação foi confirmada pelas Forças Armadas suecas (Försvarsmakten), num momento de crescente tensão entre a Rússia e os países membros da NATO.

O incidente na Suécia insere-se num padrão crescente de violações do espaço aéreo por aeronaves russas. Segundo dados recentes, na última semana, caças da NATO foram acionados em sete ocasiões para intercetar aeronaves russas que violavam regulamentos de espaço aéreo. Este aumento de incursões russas é visto como um sinal preocupante para as relações entre Moscovo e a aliança transatlântica.

Andrei Belousov, ministro da Defesa da Rússia, advertiu recentemente para a possibilidade de um conflito armado entre o seu país e a NATO nos próximos dez anos, intensificando ainda mais o clima de desconfiança mútua.

Além da resposta sueca, a Finlândia também mobilizou caças F-18 Hornet para monitorizar a incursão russa, antes de serem substituídos por caças F-35 Lightning II da Força Aérea dos Países Baixos, no âmbito da missão de Policiamento Aéreo da NATO. Esta resposta coordenada evidencia o compromisso da aliança em manter a segurança no espaço aéreo europeu.

Os Jas 39 Gripen, fabricados pela sueca Saab AB, são aeronaves de combate multifuncionais conhecidas pela sua elevada manobrabilidade e capacidade de operar em cenários de guerra eletrónica. Segundo Justin Bronk, especialista do Royal United Services Institute (RUSI), o Gripen foi projetado especificamente para enfrentar mísseis superfície-ar e jatos rápidos russos, sendo capaz de operar a partir de bases dispersas com equipas móveis. Em setembro, a Suécia anunciou a doação de peças sobressalentes destes aviões à Ucrânia, como parte de um pacote de ajuda militar avaliado em 445 milhões de dólares.

Por outro lado, os bombardeiros Tu-22 Backfire, designados oficialmente Tu-22M3, são aviões de longo alcance desenvolvidos pela Tupolev desde 1978, com uma versão modernizada introduzida em 2018. Estes bombardeiros são utilizados pela Rússia para transportar mísseis e executar missões estratégicas.

As incursões russas no espaço aéreo nórdico não são novidade. Em junho, a Suécia e a Finlândia relataram violações por parte da Rússia, e em julho ambas as nações intercetaram caças russos que sobrevoavam o Báltico. Estas ações têm sido vistas como uma tentativa de Moscovo de testar as defesas da NATO e enviar mensagens políticas numa região cada vez mais estratégica.

A reação ao incidente também se fez sentir nas redes sociais. Um utilizador da plataforma X, conhecido como NAFO Viking e apoiador da Ucrânia, apelou a uma resposta mais firme: “Bombardeiros russos Tu-22 no espaço aéreo sueco. Estão a tentar assustar-nos. Derrubem-nos agora! Enviem uma mensagem clara… já estamos fartos da Rússia. São todos uns monstros.”