Soldados ucranianos “não conseguem lidar com o ritmo da matança” em Kursk
Os militares ucranianos descreveram a escalada dos combates na região russa de Kursk nos últimos meses salientando que soldados com metralhadoras “não conseguiam lidar com o ritmo da matança”, salientou esta terça-feira a publicação ‘The New York Times’.
No relatório, os líderes militares de Kiev explicaram sobre como a luta se intensificou nos últimos meses, particularmente desde a implantação de soldados norte-coreanos na região, acrescentando como “os russos precisam tomar este território a qualquer custo e estão a colocar toda a sua força nele”, enquanto os ucranianos estão “a dar tudo o que temos para mantê-lo”.
O facto de os metralhadores ucranianos terem dificuldades em acompanhar o ritmo das batalhas em Kursk pode indicar que Kiev não tem sido capaz de sustentar a luta contínua na guerra, e que as táticas contra a Rússia podem precisar de mudar. Kursk será uma parte crucial das negociações de cessar-fogo entre Kiev e Moscovo, pelo que ambos os lados vão procurar manter o máximo possível de território antes do início das negociações de paz.
Nos cinco meses da incursão ucraniana na região de Kursk, na Rússia, os combates na área têm-se intensificado, resultando em pesadas baixas de ambos os lados. Nos últimos meses, a Rússia recuperou cerca de 40% do território em Kursk que perdeu durante o verão com a ajuda de aproximadamente 12 mil soldados norte-coreanos, que foram enviados à região no outono de 2024.
O sargento Oleksandr, de 46 anos, líder de um pelotão de infantaria ucraniano, explicou: “Olha-se e não se consegue entender completamente onde se está, vendo todos os dias quantas pessoas destruímos”, apontou, comparando as batalhas em Kursk às em Bakhmut, cidade em Donetsk, onde os metralhadores não conseguiam acompanhar o ritmo de matança.
“Depois de duas horas a matar tantas pessoas, eles não conseguiam lidar mentalmente. É a mesma coisa aqui agora”, sustentou.